Cinco vantagens de enfrentar provas agora
Menor concorrência, treino, começo sem perda de tempo, troca de curso e uso do Enem devem servir como atrativos
Terminar o ensino médio e já ingressar na graduação no começo do ano seguinte parece um movimento natural para a maioria dos estudantes. Mas não são todos que conseguem – ou querem. Nesse cenário, os vestibulares de inverno são uma ótima saída. Especialistas consultados pelo Estadão ainda sugerem cinco vantagens de ir para a seleção agora.
1. Menor concorrência
Na Fatec, por exemplo, o número de vagas disponíveis para cada curso nos dois vestibulares é a mesma (40), mas a concorrência nem se compara. Em 2022, havia 4,98 estudantes por vaga no começo do ano e 2,95 no meio. “É normal que essa demanda seja maior no começo do ano”, diz André Luiz Braun Galvão, diretor pedagógico das Fatecs.
2. Hora de treinar
É uma forma de quem ainda está no ensino médio se preparar para a maratona de fim do ano. “Para fazer vestibular não precisa só de conhecimento, é preciso calma e organização. E para adolescentes de 17 e 18 anos é difícil ter essas habilidades naturalmente. Precisa treinar”, diz Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do curso e do Colégio Objetivo. Durante seus 53 anos de atuação em curso pré-vestibular, Vera já orientou diversos alunos que tiveram um desempenho abaixo da média por nervosismo, falta de organização na hora de responder às questões ou por não ter uma boa gestão do tempo. Para evitar que esse cenário continue se repetindo, a coordenadora sempre orienta os jovens a serem treineiros primeiro. Assim, é possível entender como funciona a dinâmica da prova.
3. Não precisar esperar
Vale para os estudantes que não atingiram aprovação, mas não querem esperar um ano inteiro por outra tentativa. É o caso de Rafaela Coelho Cardoso, de 20 anos. Ela foi cursar inicialmente Medicina na Argentina. Depois de um ano e meio, decidiu voltar ao Brasil e fazer Medicina aqui. Ao todo, fez seis vestibulares em 2022, e passou em quatro. “Foi diferente e incrível ao mesmo tempo”, afirma. Apesar de obter as aprovações, não conseguiu entrar na instituição que mais queria: a São Camilo. Decidiu, então, fazer curso pré-vestibular do Objetivo. Agora, no meio do ano, prestará novamente. “Para não perder mais tempo, pois bate aquela ansiedade de voltar logo a rotina do meu sonho.”
4. Trilhar novos caminhos
O vestibular de inverno também é vantajoso para quem ingressou na faculdade no começo do ano, mas não gostou do curso, ou ao entrar no ambiente acadêmico se deparou com uma profissão que não conhecia e se identificou mais. Fazendo o vestibular no meio do ano, não é preciso esperar um ano completo para trocar de curso. E o semestre cursado não precisa ser visto como tempo perdido. Pelo contrário. Se o curso for da mesma área de conhecimento, é possível “cortar as matérias” feitas e aprovadas da grade nova. Caso seja de uma área diferente, mas na mesma instituição, também há a possibilidade de eliminar disciplinas que costumam ser comuns para todos os cursos.
5. Contar com o Enem de aliado
Existem algumas instituições que aceitam a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dos últimos cinco anos como forma de ingresso no meio do ano. É o que acontece na PUC-SP. “Mesmo para os cursos com uma disputa maior, como Direito, por exemplo, o aluno pode concorrer no vestibular de inverno com a nota do Enem e/ou a nota da prova online, o que não ocorre no verão, quando é possível prestar somente a prova da PUC”, diz Luciane Tudda, assessora de concursos da Reitoria da PUC-SP. Além disso, participar do Enem pode ajudar o estudante a ficar mais confiante para prestar os vestibulares de inverno, tanto pela experiência em fazer a prova quanto pelos temas abordados. •
“Para fazer vestibular não precisa só de conhecimento, é preciso calma e organização. E para adolescentes de 17 e 18 anos é difícil ter essas habilidades” Vera Lúcia Antunes
Coordenadora do Objetivo