Sírio anuncia faculdade e abertura de 3 graduações na área da Saúde
Haverá Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, presenciais; inscrições do vestibular terão início na segunda quinzena de julho
Possibilidades ampliadas CEO da instituição falou em aulas espelho internacionais, dupla titulação e intercâmbios
O Hospital Sírio-Libanês anunciou no dia 19 a criação de uma faculdade e a abertura de três cursos de graduação na área da Saúde, com vestibular previsto para este ano e início das aulas em 2024. O anúncio veio após a instituição obter credenciamento para funcionar do Ministério da Educação (MEC), conforme portaria do órgão publicada neste mês. Os três primeiros cursos oferecidos pela Faculdade Sírio-Libanês serão os de Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia, todos na modalidade presencial. As inscrições para o vestibular terão início na segunda quinzena de julho e o exame será em novembro.
A instituição já anunciou que oferecerá “futuramente” também o curso de Medicina. Em entrevista ao Estadão no ano passado, o CEO do Sírio, Paulo Nigro, disse que a previsão era de que a graduação fosse aberta até 2024. No material divulgado à imprensa, o plano de abertura da graduação é mantido, mas sem previsão de data. As aulas acontecerão em um novo prédio na Bela Vista (região central de São Paulo), próximo da Avenida Paulista. De acordo com o Sírio-Libanês, o lugar terá 11 andares com “estrutura de ponta, salas equipadas com instrumentos de ensino de última geração e laboratórios de simulação”.
Atualmente, a instituição oferece programas de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, programas de residência médica e multiprofissionais, cursos de atualização, entre outras atividades de ensino e capacitação. De acordo com o Sírio-Libanês, os cursos recebem cerca de 18 mil alunos por ano. Os estudantes das graduações terão um programa de desenvolvimento, carreira e políticas de incentivo e outro de apoio psicopedagógico, inclusão e diversidade, com uma “personalização no processo de aprendizagem”.
Em nota, o CEO do hospital ressaltou que os cursos contemplarão as competências teóricas e práticas, “com rotações clínicas e estágios nos melhores centros de saúde do País, além de aulas espelho internacionais, dupla titulação e intercâmbios para as áreas de ensino e pesquisa”. O Sírio-Libanês não divulgou quantas vagas serão oferecidas em cada curso nem os valores das mensalidades das graduações.
Como o Estadão mostrou neste mês, considerando o estudo Demografia Médica, conduzido por Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Associação Médica Brasileira (AMB), estima-se que uma única vaga em Medicina represente ativo de R$ 2 milhões para uma instituição. E a receita potencial das graduações privadas no País foi de R$ 20,9 bilhões em 2022, considerando a ocupação de todas as vagas ao longo dos seis anos do curso. Isso representa incremento de quatro vezes na cifra de 20 anos atrás (R$ 5 bilhões), em valores atualizados. As vagas dobraram em dez anos: de 20.570 em 2013 para 41.805 no ano passado, conforme o estudo da USP.
TENDÊNCIA. O movimento na área de Saúde é grande. No ano passado, a Associação Paulista de Medicina (APM) lançou um curso superior em Tecnologia em Gestão Hospitalar, certificado pela Portaria 487 do Ministério da Educação de 2021, e carga horária total de 2.540 horas e um período de integralização de no mínimo seis e no máximo 12 semestres letivos, em módulos. Trata-se da primeira faculdade de graduação e extensão focada em saúde mantida por uma entidade de referência do setor.
Apontado como outra referência hospitalar em São Paulo, ao lado do Sírio, o Einstein também ampliou opções. No ano passado, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) passou a ter programas de Administração de Organizações de Saúde, Engenharia Biomédica e Odontologia. Até 2021, as graduações se limitavam a Medicina e Enfermagem, além de Fisioterapia. •