Avanço de matrículas é bom, mas nº de docentes temporários preocupa
Ainda estamos distantes da meta do Plano Nacional de Educação para creches: falta 1 milhão de matrículas
Os dados do Censo trazem pontos importantes. Em relação às matrículas, é importante observar o aumento de crianças de zero a três anos em creches. Depois de um recuo bastante relevante na pandemia, esse número vem se recuperando e chegou a 4,1 milhões. Porém, ainda estamos distantes da meta do Plano Nacional de Educação – de 50% de matrículas até 2024. Para chegarmos a esse marco, precisaríamos matricular mais 1 milhão de crianças nas creches até o fim deste ano – crescimento muito acima do que já foi observado na série histórica. Esse é um desafio, agora, no período das eleições municipais, pois é preciso discutir como expandir o acesso à educação infantil com qualidade no País.
Outro dado que chama atenção é em relação às matrículas de tempo integral no ensino médio, que atingiram o patamar de 22%. Esse dado é bastante relevante e mostra aumento crescente da modalidade ao longo do tempo (em 2019, por exemplo, esse dado era de 12%). Temos,
portanto, o desafio de manter em ritmo satisfatório essa expansão.
Há ainda dois pontos que chamam atenção na dimensão dos recursos humanos para a educação. O primeiro: o número de professores temporários segue crescendo no País e esse total já superou o número de professores efetivos. Minas Gerais, por exemplo, tem praticamente 80% dos seus professores na rede estadual com vínculos temporários. Os professores temporários são importantes, mas para suprir ausências eventuais, e não podem se tornar a regra nas redes.
Por fim, na outra perspectiva, vale mencionar que houve melhora de processos seletivos qualificados para escolhas de diretores nas escolas brasileiras. E por que isso é importante? Porque diretores escolares constituem o elo entre a secretaria de Educação e as escolas, garantindo contextualização e implementação das políticas públicas a partir da realidade local.