Importação de aço é ponto de atenção para siderurgia
Demanda do País cresceu 3,7% em 2023, mas foi atendida por importações, que aumentaram 50% no ano passado
Apesar de a indústria de aço estar entre as que tendem a ser mais favorecidas pela nova política industrial do governo federal, há um fator que terá de ser enfrentado pelo segmento, que é a crescente importação da commodity.
Para a estrategista-chefe do Inter, Gabriela Joubert, o movimento de trazer aço para o País é um dos percalços que terão de ser enfrentados. “É um aço que chega mais barato, muitas vezes subsidiado. Então pode ser que essa nova demanda seja atendida por aço importado, e não interno”, diz.
O Citi observa, em relatório recente, que a demanda brasileira de aço cresceu 3,7% em 2023, mas que a alta foi atendida pelas importações, que aumentaram 50%, ao passo que as exportações recuaram 4%. Para 2024, a expectativa do banco é de que a demanda cresça cerca de 2%, com as exportações aumentando aproximadamente 3% e a capacidade local permanecendo estável.
Na quarta-feira, o diretorpresidente da Gerdau, Gustavo Werneck, disse durante divulgação do balanço da empresa que a companhia vai entrar com pedidos de defesa antidumping contra siderúrgicas asiáticas nos próximos meses.
Com o Nova Indústria Brasil, Werneck diz ainda que há expectativas sobre o início do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), relançado no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Com isso, há no âmbito da digitalização um grande empenho em destravar a indústria 4.0, que hoje é utilizada por cerca de 23,5% das empresas do setor, mas que, pelas metas do programa, pode ser implementada por 90% das indústrias, trazendo ainda mais ganhos, criação de novas tecnologias e capacitação profissional”, disse o executivo. •