Com pista do Ibirapuera destruída, faltam em SP locais para provas de elite
Cidade de São Paulo tem outros equipamentos que estão em boas condições, mas não totalmente aptos para receber competições internacionais ou o Troféu Brasil
A destruição da pista de atletismo do estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera, aumentou a dificuldade da cidade de São Paulo para realizar competições de atletismo. Atualmente, a capital paulista não tem pistas totalmente aptas para receber GPs internacionais e do Troféu Brasil, principal competição nacional, segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Há equipamentos em boas condições, mas com empecilhos para sediar provas de elite.
O piso emborrachado da pista do Ibirapuera foi removido recentemente pelos organizadores do Ultimate Drift, evento de carros de corrida. Restaram fragmentos de grandes blocos de borracha amontoados. A programação dos carros foi transferida para outro local pelo governo do Estado de São Paulo por causa da forte repercussão negativa da destruição.
Além do equipamento do Ícaro de Castro Melo, a capital paulista tem duas outras pistas com certificação classe 1 da World Athletics, entidade que comanda o atletismo, de acordo com a listagem de janeiro de 2023: a do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) e a do Centro de Treinamento Paralímpico.
O Estadão visitou essas duas pistas, além da do Ibirapuera, para checar as condições de cada uma. A do Centro Olímpico, localizada no complexo do Parque das Bicicletas, na Vila Clementino, é mantida com recursos da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Inaugurada em 2010 e depois reformada em 2019 com investimento de R$ 4 milhões, a pista está em boas condições.
Mas o corredor de saltos está desgastado e passará por reparos que, segundo apurou o Estadão, custarão R$ 350 mil à gestão municipal. “É reparo, não reforma”, salienta o diretor do Centro Olímpico, Mario Maeda Júnior. São 400 metros de pista e oito raias.
Em 2022, a pista recebeu o
Grande Prêmio Internacional Brasil de atletismo. Em julho passado, foi disputado lá o Campeonato Sul-Americano, no qual o velocista Erick Cardoso se tornou o primeiro brasileiro a correr os 100 metros abaixo de 10 segundos (fez 9s97) e passou a ser o recordista brasileiro da modalidade. Os reparos, quando executados, a deixarão apta.
Conservada e de qualidade, a pista de atletismo é uma das atrações do Centro de Treinamento Paralímpico, localizado na Rodovia dos Imigrantes e inaugurado em maio de 2016. Ocorre que se trata de um espaço construído para ser usado majoritariamente por atletas paralímpicos, crianças e jovens com deficiência. Eventualmente, atletas olímpicos competem na pista. Em 2023, o local recebeu 62 eventos esportivos apenas do atletismo.
O município tem outros equipamentos, como a pista do Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador (Ceret), na zona leste, inaugurada no fim do ano passado, mas sem certificação máxima. Além disso, o piso é de grama sintética e a pista não pode ser usada para provas de campo.
Quando se trata de pistas aptas, o presidente da CBAt,
Wlamir Campos, diz que a pista de atletismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, tem as melhores condições para receber provas internacionais. Sediará em maio o Campeonato Ibero-Americano e hospedou o Troféu Brasil em 2023. Para treinos, a pista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, é tida como a mais moderna.
A pressão da comunidade esportiva por causa da destruição da pista do Ibirapuera pode fazer o governo estadual viabilizar a tão esperada reforma do espaço, acredita o técnico Nélio Moura, de 60 anos, 40 deles frequentando o local que conhece
REFORMA É ESPERANÇA.
desde que era atleta.
“O Ibirapuera sempre foi referência. Vários atletas estrangeiros vieram a São Paulo para treinar lá. Tinha panamenhos, peruanos, búlgaros treinando lá”, destaca Moura. “É uma história riquíssima, precisamos reconstruir isso para dar continuidade a essa história.”
A pista não recebe um torneio nacional desde 2015, quando sediou o Campeonato Brasileiro mirim de atletismo. A última reforma do piso foi em maio de 2011, feita pela Recoma com o mesmo material da pista do Estádio Olímpico de Berlim, onde Usain Bolt bateu o recorde dos 100 metros rasos. A empresa calcula que a durabilidade de uma pista seja de cinco anos, em média. A garantia é condicionada ao uso. Depende, portanto, da manutenção e preservação.
A Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo afirma que a recuperação do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães “é a prioridade da atual gestão”. Os planos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) são outros. Ele tenta, na Justiça, reverter o tombamento do complexo. “Na minha visão pessoal, não há por que a gente ficar preso a uma arquitetura que já está obsoleta”, disse, recentemente. “Podemos fazer uma arena com porte, tamanho, da envergadura que São Paulo merece, muito mais moderna, para acomodar competições.” •
Planos do governo Tarcísio de Freitas tenta, na Justiça, reverter o tombamento do complexo para modernizar o local
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