Festival de Berlim será investigado por discursos contra Israel
As autoridades alemãs vão abrir investigação sobre declarações consideradas “inaceitáveis” de vencedores do Festival de Cinema de Berlim, que acabou no sábado, 24. Diversos premiados protestaram contra Israel em seus discursos de aceitação dos prêmios.
Entre os diretores citados pelo governo alemão está o documentarista palestino Basel Adra, que recebeu um prêmio por filme sobre a expulsão de palestinos da Cisjordânia
ocupada. No palco, ele acusou Israel de “massacrar” a população palestina e foi aplaudido pelo público. Já o cineasta americano Ben Russell usou um lenço palestino e acusou Israel de “genocídio”.
No entanto, de acordo com comunicado oficial do governo, os cineastas omitiram que a ofensiva israelense foi desencadeada por um ataque terrorista do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro, que deixou pelo menos 1.160 pessoas mortas, a maioria delas civis.
“É inaceitável que o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro não tenha sido mencionado”, afirmou uma porta-voz do governo, Christiane Hoffmann, durante coletiva de imprensa na segunda, 26.
INCIDENTES. O chefe do governo, Olaf Scholz, considerou que “tal posição unilateral não pode ser tolerada”, afirmou a porta-voz. “Em qualquer debate sobre essa questão, é importante ter presente o acontecimento que levou a essa nova escalada do conflito no Oriente Médio”, insistiu.
A ministra da Cultura, Claudia Roth, ambientalista, anunciou que estudaria “os incidentes ocorridos” com o prefeito da capital, Kai Wegner.
Em depoimento ao Die Welt, a direção do festival afirmou que as declarações dos cineastas durante as cerimônias são “opiniões individuais e independentes” do evento. •
“O chefe do governo, Olaf Scholz, considerou que tal posição unilateral não pode ser tolerada. Em qualquer debate, é importante ter presente o acontecimento (o ataque terrorista do Hamas) que levou a esta nova escalada do conflito no Oriente Médio”
Christiane Hoffmann
Porta-voz do governo