O Estado de S. Paulo

Com dívida de R$ 2 bi, Corinthian­s é alvo de ações de cobrança

Giuliano recorreu à Justiça e Rojas foi direto na Fifa nos casos mais recentes contra o clube alvinegro

- LEONARDO CATTO

Meia fez mais de 100 jogos

Giuliano jogou 143 partidas pelo Corinthian­s de 2021 a 2023. Marcou 12 gols e deu 15 assistênci­as

O Corinthian­s passa por um mau momento dentro de campo, com a eliminação precoce no Campeonato Paulista. Fora dele, a situação também é bastante delicada, com várias cobranças de dívida. A mais recente ação é de Giuliano. O meio-campista recorreu à Justiça para cobrar R$ 1,8 milhão referentes a direitos de imagem. Recentemen­te, o paraguaio Rojas foi à Fifa reclamar R$ 40 milhões que, alega, lhe são devidos pelo clube.

Atualmente no Santos, Giuliano reivindica o recebiment­o de oito parcelas não pagas pelo Corinthian­s. O contrato do clube com o jogador – ele defendeu o Alvinegro de 2021 a 2023 – previa R$ 213 mil em cada um dos pagamentos. O valor exato da cobrança enviado ao Tribunal de Justiça de São Paulo é de R$ 1.826.414,28, referente às parcelas com correção inflacioná­ria e juros. Não há cobrança ligada ao salário registrado em carteira.

A ação tem caráter de cobrança extrajudic­ial. Caso a Justiça acate a cobrança, será determinad­o o prazo de três dias para o pagamento. Neste momento, também é emitida a ordem de penhora caso a dívida não seja quitada.

A representa­ção de Giuliano cobra, para o caso de haver a penhora, a retenção de valores do Corinthian­s obtidos a partir de direitos de transmissã­o de jogos ou exploração de placas de publicidad­e da Neo Química Arena. Por meio de um embargo na Justiça, o clube pode tentar opor-se à cobrança.

O Estadão procurou o Corinthian­s em busca de uma posição do clube, mas não obteve retorno.

Giuliano fez 143 jogos pelo Corinthian­s, com 12 gols e 15 assistênci­as. O jogador diz que tentou negociar com o clube antes de entrar na Justiça, mas não obteve retorno dos atuais dirigentes do clube.

OUTRA AÇÃO.

Matías Rojas preferiu outro caminho. O paraguaio entrou com ação na Fifa contra o clube. O valor de aproximada­mente R$ 40 milhões é referente à quantia que o jogador teria a receber, incluindo salários e direitos de imagem, até o fim de seu vínculo com o Corinthian­s, que ele havia assinado até junho de 2027. Recentemen­te, Rojas rescindiu contrato de forma unilateral, mas não chegou a um acordo pelo pagamento. Sua passagem pelo clube teve 30 jogos, três assistênci­as e nenhum gol.

A diretoria tenta negociar com representa­ntes do jogador. O caso envolve, ainda, uma briga entre a gestão atual, de Augusto Melo, com a anterior, de Duílio Monteiro Alves, responsáve­l por contratar o meio-campista na metade da temporada passada. Segundo Duílio, a possibilid­ade de rompimento unilateral foi negociada pela atual diretoria. Melo atribui a dívida ao mandatário anterior.

Caso a Fifa julgue a denúncia procedente, o Corinthian­s, além de ter de pagar o valor devido a Rojas, pode sofrer punições como transfer ban. Essa medida impede que um clube inadimplen­te possa registrar novos atletas até o pagamento da dívida. Há, ainda, possibilid­ade de o período de punição continuar por mais tempo, mesmo com o pagamento, a depender da interpreta­ção da Fifa.

Augusto Melo disse em entrevista­s que o valor da dívida do Corinthian­s supera R$ 2 bilhões. O clube aguarda a avaliação da Ernst & Young, empresa contratada para investigar riscos, finanças, operações, entre outros aspectos. O balancete patrimonia­l mais recente divulgado pelo clube, de agosto de 2023, aponta R$ 88,2 milhões somente em valores a pagar por direitos de imagem. •

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RODRIGO COCA / AGÊNCIA CORINTHIAN­S Giuliano diz que tentou negociar com o Corinthian­s, sem sucesso

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