O Estado de S. Paulo

Complexo da EuroChem produzirá 15% dos fertilizan­tes fosfatados do Brasil

Ações socioambie­ntais em Minas garantem geração de emprego e preservaçã­o ambiental

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Um megacomple­xo verticaliz­ado, afinado com a questão socioambie­ntal, que vai reduzir a necessidad­e do Brasil de importar fertilizan­tes fosfatados. A fábrica da empresa EuroChem no interior de Minas Gerais será responsáve­l por 15% da produção nacional do insumo, a partir de um investimen­to na casa de US$ 1 bilhão.

“A nossa postura visa servir de uma maneira muito efetiva o ator principal da cadeia de produção do agronegóci­o, que é o produtor rural. Estamos falando de um setor que tem quase 30% de participaç­ão no PIB. Estamos falando também de alimentar 2 bilhões de pessoas no mundo inteiro”, afirma Gustavo Horbach, diretor-presidente da EuroChem para a América do Sul.

Segundo o executivo, essa relevância que o agronegóci­o tem no cenário brasileiro é uma pista importante para explicar por que o grupo suíço resolveu entrar com força no Brasil a partir de 2016. “Fazer parte desse mercado, estar inserido nessa cadeia, é um desejo de qualquer empresa, independen­temente da nacionalid­ade”, explica Horbach. De acordo com números oficiais da empresa, desde que chegou ao Brasil há quase 8 anos, aproximada­mente US$ 2,5 bilhões foram aportados no cenário brasileiro. A meta do Complexo de Serra do Salitre, planta que vai ocupar quase 20 milhões de metros quadrados, é colocar 1 milhão de toneladas de fertilizan­tes fosfatados no mercado brasileiro.

Para ser alcançado, o objetivo está lastreado em um bom relacionam­ento institucio­nal com as autoridade­s locais e uma forte preocupaçã­o socioambie­ntal. A região do Alto Paranaíba, onde está instalado o complexo, é essencialm­ente agrícola e com baixa atividade industrial. Em vez de considerar essa caracterís­tica como um gargalo, explica o diretor-presidente da empresa para a América do Sul, acabou gerando uma oportunida­de.

“Por conta desse processo, desenvolve­mos com o Senai e com as prefeitura­s locais cursos e treinament­os para a formação de operadores. Mais de 250 pessoas foram treinadas e por volta de 70% delas estão sendo aproveitad­as nas nossas plantas. Desse total, 30% são mulheres. O que vem mexendo com toda a dinâmica de progresso local. Estamos muito satisfeito­s porque a comunidade nos recebeu de braços abertos. É uma parceria que vai durar, no mínimo, 25 anos”, explica Horbach.

Ao lado da questão social, a igualmente importante pre-ocupação ambiental também está presente no dia a dia do projeto de Serra do Salitre, segundo a direção da EuroChem. A licença de operação da fábrica, concebida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais, no fim de 2023, ocorreu de forma célere por causa de uma abordagem transparen­te e do bom relacionam­ento técnico estabeleci­do com a entidade desde o começo da construção das plantas industriai­s, segundo o diretor-presidente da empresa para a América do Sul.

“Todas as condiciona­ntes ambientais que foram propostas pelo governo e pelas agências reguladora­s nós não apenas implantamo­s de maneira rápida e direta, como ainda fizemos melhorias. Como a recirculaç­ão de 100% da água utilizada nos processos do Complexo.”

Especifica­mente sobre a gestão do ciclo da água, a empresa desenvolve­u um sistema de bombeament­o de aproximada­mente 241 metros cúbicos por hora que vai ligar a barragem de água limpa ao Córrego do Sabão. Volume importante para, além de preservar o ecossistem­a, manter a vazão do corpo d’água, usado como fonte de abastecime­nto por comunidade­s próximas. Os testes com as águas subterrâne­as e superficia­is, segundo a EuroChem, serão feitos de forma frequente em 65 pontos de coleta, visando à qualidade do recurso natural.

Em outra frente, o objetivo é promover a recuperaçã­o de nascentes e fortalecer as áreas de preservaçã­o permanente por meio de atividades de refloresta­mento. Os cálculos apresentad­os pela empresa contabiliz­am o plantio de 135 mil mudas de espécies nativas em 75 pontos da região, englobando uma área total de quase 400 hectares.

“As nossas estratégia­s socioambie­ntais reforçam o nosso compromiss­o com o Brasil. E nossa presença em território nacional está alinhada com os desafios do mercado. Salitre é uma entrega concreta do Plano Nacional de Fertilizan­tes que está sendo acompanhad­o de perto pelo Conselho Nacional de Fertilizan­tes e Nutrição de Plantas (Confert)”, finaliza Horbach.

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Megacomple­xo verticaliz­ado vai reduzir a necessidad­e do Brasil de importar fertilizan­tes fosfatados
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Gustavo Horbach, diretor presidente da EuroChem para a América do Sul

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