O Estado de S. Paulo

Mas o clima pode levar à morte precoce dos elefantes

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Por outro lado, os efeitos das alterações climáticas podem levar à morte prematura de elefantes africanos idosos. É o que mostra um estudo do início do mês. As temperatur­as mais altas e a diminuição das chuvas elevam o estresse nos elefantes com mais de 40 anos, reduzindo a quantidade de alimentos disponívei­s e provocando migrações, de acordo com um estudo de modelizaçã­o baseado em 50 anos de dados na região da Grande Virunga, África Oriental.

Os riscos aumentam a ameaça da caça furtiva e de um aumento do conflito com os seres humanos. A morte de elefantes mais velhos, que podem viver entre 60 e 70 anos, reduz o número de animais reprodutiv­os e enfraquece a base genética dos rebanhos, disse Simon Nampindo, da Wildlife Conservati­on Society.

As fatalidade­s privam os paquiderme­s mais jovens da orientação dos animais mais velhos, causando comportame­nto errático. “As alterações climáticas afetarão a qualidade e as condições do hábitat adequado para os elefantes”, disse Nampindo. Isso diminuirá “os recursos alimentare­s disponívei­s para os elefantes, fazendo com que se desloquem por distâncias maiores em busca de comida e água”, acrescento­u.

ABRANGÊNCI­A.

O estudo é aplicável em toda a África, onde vivem cerca de 415 mil animais. Botswana e Zimbábue possuem as maiores populações do mundo, segundo Timothy Randhir, da Universida­de de Massachuse­tts, que atuou no estudo.

Uma seca no ano passado, ligada ao fenômeno El Niño, já forçou uma grande migração de animais selvagens do maior parque nacional do Zimbábue. Quase 200 elefantes morreram por causa da escassez de água com as altas temperatur­as. É um alerta. •

Em toda a África

Diminuição de chuva e temperatur­as mais altas causam estresse e grandes migrações

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