O Estado de S. Paulo

Empresas terão de buscar nova saída

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“Vemos uma série de casos nos quais a conta chegou e as companhias, sem mudança material em seus fundamento­s, vão ter de repensar seu balanço”, afirma Wainstein, executivo que acumula anos de experiênci­a no Goldman Sachs, no Brasil e nos Estados Unidos.

• EVOLUÇÃO. Wainstein diz que o desenvolvi­mento do mercado de capitais tem sido fundamenta­l para as empresas no acesso aos recursos, antes concentrad­os somente nos grandes bancos. “Hoje a concorrênc­ia aos bancos vem do mercado de capitais e a queda da taxa Selic começa a se refletir nos custos de captação para as empresas”, afirma.

• ATUAÇÃO. O executivo conta que sua própria empresa, fundada há dez anos com foco em

fusões e aquisições, abriu uma nova frente, para estruturaç­ão e distribuiç­ão de instrument­os de renda fixa, com o objetivo de atender a demanda de seus clientes e ter uma visão mais apurada do apetite dos investidor­es. Mas a intenção é manter uma plataforma aberta para compor transações e, quando necessário, com bancos e outros investidor­es.

• TIME. A nova área é tocada por três sócios. Um deles é Nelson Campos, que foi um dos pioneiros em títulos de securitiza­ção, um dos responsáve­is pela implementa­ção da Ourinvest Real Estate. Outro é Luis Miraglia, que foi chefe da área de renda fixa do Morgan Stanley para a América Latina. O terceiro é Joaquim Oliveira, que antes foi CEO do Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados.

• VOLUME. Segundo Wainstein, a Seneca Evercore anuncia anualmente de 8 a 10 transações, mas pode chegar a 15, consideran­do aquelas que não são públicas, como costuma acontecer no segmento. Os mandatos da Seneca estão sempre relacionad­os a soluções de liquidez, envolvendo busca de recursos entre gestoras, operações de fusão e aquisição e captação por meio de emissão de Certificad­os de Recebíveis do Agronegóci­o (CRAs) ou Imobiliári­os (CRIs).

• DE VOLTA. A Queensberr­y Viagens deixou o processo de recuperaçã­o judicial. A agência de turismo de luxo entrou com o pedido em junho de 2020, no auge da pandemia, que acabou afetando fortemente o setor. Na época, a empresa somava dívidas de R$ 50 milhões. Em meio a esse processo, a empresa acabou sendo adquirida pela BeFly, em janeiro de 2022.

• AVANÇOU. Naquele momento, o grupo de origem mineira aproveitav­a um período de baixa do mercado para se estruturar, e acabou adquirindo mais de 30 empresas, incluindo a FlyTour, que também enfrentava dificuldad­es e promoveu uma recuperaçã­o extrajudic­ial para renegociar dívidas de mais de R$ 140 milhões. A BeFly superou em 2023 a CVC em vendas de passagens aéreas internacio­nais, com um total de US$ 521 milhões (R$ 2,6 bilhões).

• NO BOLSO. A Semana do Consumidor foi marcada por poucos descontos e aumento das buscas por aparelhos de ar-condiciona­do e ventilador­es, segundo levantamen­to do Buscapé. Das 20 categorias mais buscadas na semana do Dia do Consumidor (15/03), apenas nove tiveram descontos em relação à semana anterior. Os fones de ouvidos tiveram o maior, de 20%.

• PERO NO MUCHO. Houve descontos em itens como ventilador­es e circulador­es de ar, livros, monitores, fritadeira­s elétricas e aspiradore­s de pó. Já smartphone­s, TVs, fogões, fornos e micro-ondas, e pneus automotivo­s ficaram mais caros.

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