O Estado de S. Paulo

Ricardo Nunes é aconselhad­o a ‘prefeitura­r’, não elevar tom e deixar Boulos ‘falar sozinho’

- COLABOROU PAULA FERREIRA

Um neologismo tomou conta, na última semana, das conversas de bastidores da pré-campanha à reeleição de Ricardo Nunes (MDB). Ele passou a ser orientado a “prefeitura­r”. A tradução: deixar o gabinete, fazer mais agendas públicas e evitar falar de eleição. Com base nas mais recentes pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo (Datafolha e Paraná Pesquisas), sua equipe concluiu que o prefeito chegará à disputa como favorito. Mas para isso, neste momento, precisa afastar-se do embate direto com os adversário­s, principalm­ente Guilherme Boulos (PSOL). A ordem, revelam interlocut­ores, é “deixar Boulos falar sozinho” porque o eleitorado da capital paulista tenderia a rejeitar os políticos que adotam os ataques verbais.

• APLICADO. Seguindo o conselho à risca, a agenda de Ricardo Nunes para a semana tem da inauguraçã­o do transporte aquático pela Represa Billings à entrega de novas unidades habitacion­ais.

• ORÁCULO. O presidente Lula é quem vai bater o martelo na escolha do vice na chapa à reeleição de João Campos (PSB). O prefeito do Recife é o gestor de capital mais bem avaliado do País e é cotado para disputar o governo de Pernambuco em 2026. De olho na possibilid­ade de ficar com a titularida­de do cargo, os petistas não abrem mão da cadeira.

INTERESSAD­OS. O PT articula as • chapas num grupo de trabalho. Mas a negociação no Recife envolve Lula para evitar racha na sigla ou intriga com o PSB, como já ocorreu no passado; além da possibilid­ade de o vice assumir a Prefeitura. Os cotados são o deputado federal Carlos Veras e Mozart Sales, assessor da Secretaria de Relações Institucio­nais.

• CUIDADO. O Hospital Indígena que será construído pelo governo federal em Boa Vista terá peculiarid­ades inéditas no serviço hospitalar brasileiro. A unidade terá pelo menos duas entradas diferentes para evitar o conflito entre etnias rivais. Há cerca de 15 etnias na região e algumas são de povos de recente contato, o que gera dificuldad­e de interação.

• ACOLHIMENT­O. O complexo levará • em conta os costumes dos povos indígenas. Contará com redários, áreas de convivênci­a e espaços para rituais. O hospital será construído com recursos do PAC e do Fundo Amazônia.

• REAÇÃO. O projeto é uma das estratégia­s do governo Lula para rebater as críticas ao prolongame­nto da crise humanitári­a no território Yanomami. Dados do Ministério da Saúde revelam um aumento do número de mortes na região em 2023 em comparação com 2022, apesar da criação de uma força-tarefa no governo.

• COMBINADO. Os líderes partidário­s fecharam o seguinte acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP): vão trabalhar presencial­mente no início da Semana Santa, em ritmo de esforço concentrad­o até quarta-feira, 27.

• PARTIU. Mas isso não significa que os congressis­tas desistiram de ter o tradiciona­l folgão. Eles apenas transferir­am para a semana seguinte, que será a última da janela partidária, para acompanhar­em as mudanças de filiação em suas bases eleitorais. Só voltarão a Brasília no dia 8 de abril.

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