O Estado de S. Paulo

Queda na avaliação de Lula ‘é natural’, afirma Haddad

Ministro diz que governo discute mecanismos para baixar custo dos alimentos, um dos fatores que desgastam a gestão petista

- FERNANDA TRISOTTO

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à CNN, que foi ao ar ontem, que “é natural” que haja oscilação nas pesquisas de avaliação do governo e mencionou a pressão dos preços dos alimentos, fator apontado por analistas como uma das razões da piora recente da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele disse que vários instrument­os para diminuir o custo de alimentos estão sendo discutidos, como regulação de preço por expediente de preço mínimo, estoques regulatóri­os e até importação.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada no último dia 6 mostrou que 34% dos entrevista­dos avaliam a gestão petista como “negativa”. Em fevereiro de 2023, esse índice era de 20% e, em dezembro, de 29%. Os que consideram a administra­ção como “positiva” eram 40% há um ano, foram 36% em dezembro passado e agora são 35%.

A queda da popularida­de do presidente passa pela economia. Na pesquisa, o índice dos que acham que a situação econômica do Brasil piorou passou de 31% em dezembro para 38% agora. No início do governo, era de 30%. Para 26%, a economia melhorou; em dezembro de 2023, essa era a percepção de 34%.

No entanto, o ministro da Fazenda disse acreditar que a economia brasileira crescerá mais em 2024 do que as projeções da pasta, atualmente em 2,2%. “Nossos técnicos terão de rever projeções, duvido que o Brasil cresça pouco”, disse Haddad na entrevista à emissora de TV.

Haddad comentou que não vê muita incerteza no horizonte de curto prazo para a condução da política monetária e que a tendência é de melhoria no cenário externo até meados do ano. No Brasil, ele mencionou um arrefecime­nto da inflação, principalm­ente em alimentos, e a janela de oportunida­de para um ciclo positivo de cresciment­o.

Haddad evitou responder se continuari­a como ministro da Fazenda em um eventual novo mandato de Lula. “Tenho orgulho do trabalho feito na Fazenda, mas dois anos são muito tempo”, declarou ao ser questionad­o sobre os planos para 2026.

Haddad também foi indagado sobre pretensões de concorrer à Presidênci­a da República, em 2030. “Se, em dois anos, eu não sei o que farei, imagina em 2030”, disse ele. O ministro foi candidato a presidente em 2018, apesar da situação adversa da prisão do agora presidente Lula. •

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Fernando Haddad minimizou queda na aprovação do governo

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