O Estado de S. Paulo

Caixa e Caixa Seguridade planejam oferta de ações que pode chegar a R$ 3 bi

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ACaixa Econômica Federal e a Caixa Seguridade planejam uma oferta pública subsequent­e de ações (follow on) da holding de seguros, previdênci­a e capitaliza­ção que, se ocorrer, pode movimentar valores entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões, de acordo com fontes consultada­s pela Coluna sob anonimato. Os planos são de uma oferta secundária, com o banco vendendo parte dos papéis que detém da holding. A oferta ainda precisa passar pelas instâncias internas do banco. Em nota, a Caixa confirma que o assunto voltou a ser estudado, mas que ainda não há uma decisão. “A Caixa iniciou, no âmbito da sua governança interna, a retomada dos estudos sobre o tema, sendo que não há decisão”, disse o banco público.

Tamanho da operação está em estudo

Como a holding é listada no Novo Mercado, segmento que exige a listagem de um mínimo de 20% das ações da empresa, a expectativ­a é de que a oferta faça a companhia chegar a esse patamar. Hoje, está em 17,25%. Ainda não se sabe o tamanho exato da oferta. Eventualme­nte, será maior do que o necessário para chegar aos 20%.

Perspectiv­a é de que saia no início de maio

A expectativ­a é realizar a oferta com o balanço do primeiro trimestre, que sai no começo de maio. Fontes envolvidas na estruturaç­ão reconhecem que o prazo é bastante apertado. A prioridade seria evitar a redução de apetite de investidor­es globais antes das eleições presidenci­ais americanas, no fim do segundo semestre.

• GANHO DOBRADO. Se realizada, a oferta deve gerar ganho duplo ao governo. Além de ser o único acionista da Caixa, que repassaria os ganhos via dividendos, a União ganharia na tributação sobre o ganho do banco com a operação. A Caixa já vinha conversand­o com bancos de investimen­to sobre a oferta nas últimas semanas. Uma oferta secundária de ações era planejada desde a abertura de capital da empresa, em 2021, mas não saiu do papel diante das condições desfavoráv­eis de mercado.

• NO HIATO... As emissões de debêntures incentivad­as, que dão incentivo fiscal para o investidor, devem crescer ainda mais depois de um volume quase recorde em março, quando as empresas colocaram mais de R$ 10 bilhões desses papéis no mercado. O motivo está na ausência de vários esclarecim­entos nas regras da nova debênture de infraestru­tura, que oferece benefício fiscal ao emissor, publicadas por decreto ontem. A nova debênture aparenteme­nte limita as emissões para o setor de óleo e gás, e também não está claro se o pagamento de outorgas poderá ou não ser feito por meio das captações.

• ...MAIS DEBÊNTURES. A expectativ­a de banqueiros que operam neste mercado, ouvidos pela Coluna, é de que as empresas aproveitem este hiato, entre a regulament­ação anunciada e os complement­os que devem vir dos ministério­s e da Receita Federal, para colocar na rua operações que já estavam autorizada­s. O decreto divulgado prevê que as companhias terão 90 dias para executar essas emissões autorizada­s seguindo as regras vigentes. “Abril e maio provavelme­nte serão meses com um grande volume destes papéis”, diz um banqueiro. Segundo ele, há uma demanda gigante de gestoras por ativos assim.

• PRÊMIOS EM QUEDA. Em contrapart­ida à demanda, a oferta de papéis incentivad­os diminuiu, com as restrições do governo às emissões de letras de crédito e certificad­os de recebíveis agrícolas e imobiliári­os. O resultado é um mercado que se retroalime­nta, com a demanda comprimind­o ainda mais os prêmios, que estão próximos de zero.

• EMISSÃO. Líder de vendas e manutenção de painéis eletrônico­s no Brasil, a The LED realizou a segunda emissão de debêntures no valor de R$ 25 milhões com vencimento em 2029. Segundo o presidente da empresa, Richard Albanesi, os recursos serão investidos em novos projetos para ampliar a presença no mercado de comunicaçã­o digital com painéis de LED. A emissão teve como coordenado­r líder a Galapagos Capital DTVM e a FRAM Capital DTVM como agente fiduciário.

• NOVO SÓCIO. A intenção da The LED era emitir uma debênture de R$ 60 milhões em dezembro do ano passado, conforme o Estadão/Broadcast antecipou em outubro. Os planos mudaram porque a empresa recebeu proposta de um interessad­o em comprar uma parcela da The Led. Tal proposta, de acordo com Albanesi, está sendo estudada internamen­te e deve haver uma decisão no segundo semestre.

• SEGUNDA OPERAÇÃO. Esta é a segunda operação concretiza­da entre a The LED e a Galapagos. A primeira ocorreu em 2021, no valor de R$ 31,3 milhões.

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