‘A fotografia não é real’, diz Annie Leibovitz na Academia Francesa
Artes Visuais Ao tomar posse na instituição, fotógrafa disse não estar preocupada com o uso de inteligência artificial
A fotógrafa Annie Leibovitz nos convida a não ser “tímidos” com o surgimento da inteligência artificial (IA) e a “aprender a usar” essas novas ferramentas a serviço da arte. “Isso não me preocupa nem um pouco”, diz Leibovitz.
Ela acaba de ser admitida como membro associado estrangeiro na Academia Francesa de Belas Artes. O que ela definiu, no discurso de posse na quarta, 20, como “um dos grandes momentos” de sua vida.
“Temos à nossa disposição uma nova paleta de ferramentas. A cada avanço tecnológico surgem hesitações, preocupações. Basta dar o passo e aprender a utilizar as ferramentas. A fotografia em si não é real. É arte.” Mas, ela ressalta, “no jornalismo existe um código”. “Não se pode brincar com o que se vê”, afirmou a fotógrafa de 74 anos, que já clicou celebridades como a rainha Elizabeth II, Barack Obama e Serena Williams.
Suas imagens de momentos históricos, como a do helicóptero de Richard Nixon decolando da Casa Branca (após sua renúncia) em 1972, deram a volta ao mundo. A imagem de John Lennon nu abraçando Yoko Ono também traz sua assinatura.
Sua carreira começou em 1970 na Rolling Stone. Desde o início dos anos 1980, ela expandiu seu repertório com trabalhos para Vanity Fair, Vogue e projetos independentes.
A margem do Rio Sena, onde está a Academia, traz lembranças à fotógrafa. “Quando eu estudava fotografia, Henri Cartier-Bresson era um dos meus heróis. Então estar aqui, a poucos passos da Ponte Nova, que ele tanto gostava de fotografar, significa algo para mim.” •
AFP