O Estado de S. Paulo

MP arrola Jilmar Tatto e Milton Leite como testemunha­s na apuração sobre ônibus do PCC

Promotores estaduais denunciara­m 29 funcionári­os de duas empresas que prestam serviço à Prefeitura de São Paulo

- MARCELO GODOY PEPITA ORTEGA FAUSTO MACEDO

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 29 funcionári­os, entre advogados, diretores, contadores e acionistas, de duas concession­árias de transporte público na cidade de São Paulo por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Eles foram acusados formalment­e por organizaçã­o criminosa, lavagem de dinheiro, apropriaçã­o indébita e extorsão, crimes investigad­os na Operação Fim da Linha. As empresas são a Transwolff e a UFBus – para cada uma foi apresentad­a uma denúncia distinta. A reportagem não localizou os acusados.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, arrolou na denúncia como testemunha­s o vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e o deputado federal Jilmar Tatto (PTSP), ex-secretário de Transporte­s da cidade. Os promotores querem saber o que os dois políticos podem contar sobre a constituiç­ão da Transwolff, que sofreu intervençã­o da Prefeitura

após a decisão judicial que determinou o afastament­o da diretoria e a prisão de dois diretores e de um contador do grupo.

‘À DISPOSIÇÃO’. O Estadão procurou Leite e Tatto. O petista afirmou que não foi notificado ainda, mas que está à disposição do MP-SP para prestar os esclarecim­entos necessário­s. Milton Leite disse que não recebeu “nada oficialmen­te”. “Mas estou sempre à disposição da Justiça e do Ministério Público.”

As denúncias estão sendo analisadas pela 1.ª e pela 2.ª Varas de Crimes Tributário­s, Organizaçã­o Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. Juntas, as duas empresas transporta­m em média 16,68 milhões de passageiro­s por mês em São Paulo.

O MP-SP quer saber o que Tatto e Leite podem dizer sobre a constituiç­ão da empresa Transwolff

No ano passado, a Prefeitura repassou R$ 748 milhões recursos do sistema de transporte para a Transwolff, e R$ 81,8 milhões para a UPBus. Os presidente­s das duas empresas, Luiz Carlos Efigênio Pacheco (Transwolff) e Ubiratan Antonio da Cunha (UPBus), estão entre os denunciado­s pelo MP-SP. •

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