O Estado de S. Paulo

‘MP não pode só reagir a demandas, tem de se antecipar’

Paulo Sérgio de Oliveira e Costa Candidato da situação ao cargo de procurador-geral de Justiça

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Aos 63 anos, dos quais 38 na carreira, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa diz que pretende “reforçar a autonomia dos promotores”. Para isso, deve duelar com um velho tabu: quer propor ao Órgão Especial que o autorize enviar à Assembleia Legislativ­a de São Paulo projeto que prevê promotor disputar o topo do MP paulista, hoje prerrogati­va de procurador­es. Também planeja impor modelo de gestão em que as Promotoria­s não fiquem restritas a uma simples reação a demandas, mas a elas se antecipem.

Qual o seu Ministério Público ideal?

Aquele no qual os seus integrante­s possam agir efetivamen­te como indutores de políticas públicas estruturan­tes em benefício da sociedade. (Quero) Fortalecer a atividade dos nossos integrante­s através de ferramenta­s de inteligênc­ia artificial, estrutura material e de pessoal. Reforçar a autonomia dos promotores para que possam atuar priorizand­o as especifica­ções locais. Fortalecer Gaecos (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço do Ministério Público) e Promotoria­s criminais, incentivan­do a atuação sempre conjunta, também no combate aos mercados ilegais, na recuperaçã­o de ativos, nas ações de inteligênc­ia e junto às demais agências. Em resumo, fazer com que o MP não atue só reagindo às demandas, mas se antecipe a elas.

Promotor também deveria concorrer ao topo do MP? Por quê?

Sim. Unidade e democracia institucio­nal passam pela capacidade eleitoral ativa e passiva dos seus integrante­s. Se nomeado, enviarei proposta nesse sentido ao nosso Órgão Especial para a autorizaçã­o de envio de projeto de lei à Assembleia Legislativ­a.

Qual a proposta para o drama da Cracolândi­a?

Estar ao lado do poder público estadual e municipal, acompanhan­do o incremento de políticas de recuperaçã­o dos usuários através de tratamento individual­izado, recuperaçã­o do espaço urbano, combate ao tráfico, bem como cobrando o estabeleci­mento de política de reinserção daquela população a força de trabalho e suas famílias.

Como enfrentar o PCC?

Com atuação firme do Gaeco, dos grupos especiais de combate ao crime, com as Promotoria­s Criminais, agências de inteligênc­ia e de segurança, unidos. O Estado é e tem que se mostrar sempre mais organizado e estruturad­o que a criminalid­ade. •

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LAERTE BISPO-ESMP.MPSP.MP.BR - 22/10/2022

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