Startup francesa é a esperança da Europa na corrida pela IA
A Mistral recebe apoio de líderes europeus, entre eles o presidente da França, para competir com gigantes como a OpenAI e o Google
Arthur Mensch chegou para uma palestra no mês passado em um centro tecnológico em Paris usando jeans e carregando um capacete de bicicleta. Ele tinha uma aparência despretensiosa para uma pessoa que é a esperança da Europa para contrabalançar o domínio dos EUA e da China no campo da inteligência artificial (IA).
Mensch é o executivo-chefe e fundador da Mistral, considerada por muitos como uma das mais promissoras concorrentes da OpenAI, dona do ChatGPT, e do Google.
Muitos interesses europeus dependem de Mensch, cuja empresa ganhou destaque apenas um ano depois que ele a fundou em Paris com dois amigos de faculdade. Enquanto a Europa se esforça para se firmar na revolução da IA, o governo francês destacou a Mistral como sua maior esperança na área – e fez lobby com os legisladores da União Europeia para garantir o sucesso da empresa.
A IA será incorporada rapidamente à economia global na próxima década, e legisladores e líderes empresariais da Europa temem que o crescimento e a competitividade sejam prejudicados se a região não acompanhar esse ritmo. Por trás das preocupações, está a convicção de que a IA não deve ser dominada por gigantes da tecnologia, como a Microsoft e o Google, que podem determinar padrões globais em desacordo com a cultura e a política de outros países.
“O problema de não haver representante europeu é que o roteiro da IA é definido pelos EUA”, diz Mensch, que há apenas 18 meses trabalhava como engenheiro no laboratório DeepMind do Google em Paris, criando modelos de IA. Seus sócios na Mistral, Timothée Lacroix e Guillaume Lample, também na faixa dos 30 anos, ocupavam cargos semelhantes na Meta.
Em uma entrevista, Mensch disse que “não era seguro confiar” nos gigantes da tecnologia dos EUA para estabelecer regras básicas para uma nova e poderosa tecnologia que afetaria milhões de vidas. “Não podemos ter uma dependência estratégica”, disse ele. “É por isso que queremos criar um campeão europeu.”
VENTO FORTE. A tecnologia de IA generativa da Mistral surpreendeu ao criar um modelo
Enquanto a OpenAI levantou US$ 13 bilhões, até o momento a Mistral arrecadou US$ 540 milhões
que rivaliza com a tecnologia desenvolvida pela OpenAI. Batizada com o nome de um vento forte na França, a Mistral ganhou terreno rapidamente ao desenvolver uma ferramenta de aprendizado de máquina mais flexível e econômica. Algumas grandes empresas europeias estão começando a usar sua tecnologia, incluindo a Renault e o BNP Paribas.
O governo francês está dando apoio total à Mistral. O presidente Emmanuel Macron chamou a empresa de um exemplo de “gênio francês”. O apoio do governo francês é um sinal da crescente importância da IA. Os EUA, a França, o Reino Unido, a China e muitos outros países estão tentando fortalecer suas capacidades domésticas, dando início a uma corrida armamentista tecnológica que está influenciando o comércio e a política externa, bem como as cadeias de suprimentos globais.
Apesar das esperanças depositadas na empresa francesa, muitos questionam se a Mistral conseguirá acompanhar os grandes concorrentes americanos e chineses e desenvolver um modelo de negócio sustentável. Além dos consideráveis desafios tecnológicos de criar uma empresa de IA bem-sucedida, o poder de computação necessário é incrivelmente caro. Enquanto a OpenAI levantou US$ 13 bilhões (R$ 69 bilhões), até o momento a Mistral arrecadou o equivalente a US$ 540 milhões (R$ 2,8 bilhões). •
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