Disputa por vaga no STJ acirra racha entre ministros do STF, que têm candidatos próprios
Adisputa por cadeiras no Superior Tribunal de Justiça (STJ) tornou-se um fator de tensão entre integrantes da Suprema Corte. Segundo relatos feitos à Coluna, os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes se uniram para emplacar o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região. Em outra frente, o ministro Kassio Nunes Marques trabalha pelo desembargador Carlos Brandão, do mesmo tribunal de Bello. O STJ fará uma eleição interna e apresentará a lista tríplice de desembargadores ao presidente Lula, a quem cabe a indicação. O escolhido da lista ainda precisará ser sabatinado e ter o nome aprovado no Senado. Procurados, os ministros do STF não comentaram.
• HISTÓRICO. Ney Bello é próximo a Dino. Ele promoveu um coquetel na véspera da sessão do Senado que aprovou a indicação do ministro ao STF. No final do governo Bolsonaro, Bello foi preterido na escolha ao STJ e atribuiu a derrota à atuação de Nunes Marques. No passado, os dois trabalharam juntos no TRF-1.
• APOSTAS. Ainda são considerados competitivos para figurar na lista tríplice os desembargadores Daniele Maranhão, também do TRF-1, e Rogério Favretto, do TRF-4. Foi ele quem, em 2018, concedeu liminar, depois revogada, para soltar Lula da prisão.
• TUDO OK. O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, negou estremecimento na relação com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. “Divergências são comuns em julgamentos. Isso não interfere em nada na relação pessoal de muitos anos, de conhecimento e boa afinidade”, afirmou à Coluna.
• RAZÕES. Barroso chamou de ilegítima e arbitrária a decisão monocrática de Salomão que havia afastado juízes e desembargadores por supostas irregularidades na Lava Jato. O afastamento dos juízes foi derrubado pelo CNJ.
• BRAVO. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, está irritado com aliados, que, para ele, geram derrotas na Casa. “Há pessoas no governo que não ajudam”, disse à Coluna, sem nominar alguém. Mas deputados não têm dúvidas: ele falava do ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que demitiu um primo do presidente da Câmara, Arthur Lira, do Incra-Alagoas.
• ATRAÇÃO. Deputados aproveitaram o plenário vazio da Câmara, ontem, para assistir a futebol. Enquanto as conversas entre Lira e o governo pegavam fogo nos bastidores, o espaço mais lotado da Casa era o “cafezinho”, onde um telão exibia o duelo entre Real Madrid e Manchester City.
• REVELIA. As frentes parlamentares do Congresso que montaram GTs paralelos sobre a regulamentação da reforma tributária concluíram os trabalhos ontem. Como antecipou a Coluna, apresentaram 13 projetos sem esperar o envio dos textos do governo.
• EXPECTATIVA. Os congressistas reclamam da ausência do secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, nas conversas. Agora esperam que ele compareça a um almoço das frentes na próxima semana e construa uma ponte de diálogo.