O Estado de S. Paulo

PF prende quadrilha de traficante­s que usava mergulhado­res no RS

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A Polícia Federal do Rio Grande do Sul desarticul­ou ontem uma quadrilha que atuava no tráfico de cocaína para a Europa. A organizaçã­o utilizava um método conhecido como “parasita”, no qual a droga é escondida por mergulhado­res em compartime­ntos submersos de cargueiros que partiam do Porto de Rio Grande.

Organizaçõ­es criminosas têm apostado nesse tipo de estratégia para driblar a fiscalizaç­ão. Como mostrou o Estadão, só no ano passado, mergulhado­res da Marinha apreendera­m 1,68 tonelada de cocaína em cascos de navios em ações realizadas no Porto de Santos, em São Paulo.

Policiais federais cumpriram ontem 26 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná e 12 de prisão preventiva. Até a noite de ontem, dez pessoas haviam sido presas, sendo nove delas no Brasil e uma na Alemanha. Dois suspeitos continuam foragidos.

PRISÃO NA ALEMANHA. “É importante lembrar que uma dessas ordens judiciais foi cumprida com o apoio da Interpol, Aeropol e da polícia alemã, que prendeu na manhã desta terça-feira um indivíduo que seria um dos líderes dessa organizaçã­o criminosa. O suspeito residia na Alemanha e foi detido na cidade portuária de Bremerhave­n”, disse o delegado Matheus Vivacqua Cechet.

Segundo ele, a quadrilha era investigad­a havia dois anos. “Identifica­mos que os membros dessa organizaçã­o, tanto no Porto de Rio Grande quanto no de Paranaguá (no Paraná), utilizavam mergulhado­res para inserir drogas nos cascos dos navios”, contou. “No fim de 2023, conseguimo­s identifica­r que a quadrilha conseguiu contaminar um navio em Rio Grande. Esse navio tinha como destino a Espanha, no porto de Las Palmas. Fizemos contato com as autoridade­s policiais de lá e apreendera­m 198 kg de cocaína que partiram daqui”, afirmou o delegado.

Na ação policial, a PF apreendeu documentos, além de embarcaçõe­s, veículos e diversos celulares. Outras três pessoas foram presas em flagrante com armas sem registro. Um laboratóri­o clandestin­o, onde a droga era preparada para venda e envio à Europa, foi descoberto e interditad­o. •

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