O Estado de S. Paulo

EUA têm desafio para elevar capacidade elétrica

Para ganhar tempo, autoridade­s e empresas consideram troca de cabos para equipament­os mais modernos em vez de ampliar linhas

- ESTE CONTEÚDO FOI TRADUZIDO COM O AUXÍLIO DE FERRAMENTA­S DE INTELIGÊNC­IA ARTIFICIAL E REVISADO POR NOSSA EQUIPE EDITORIAL.

Um dos maiores obstáculos à expansão da energia limpa nos Estados Unidos é a falta de linhas de transmissã­o. A construção de novas estruturas pode levar uma década ou mais em razão a atrasos em licenças e à oposição de comunidade­s cortadas por elas. No entanto, pode haver uma solução mais rápida e barata.

Substituir as linhas de energia existentes por cabos feitos com materiais de última geração poderia praticamen­te dobrar a capacidade da rede elétrica em muitas partes do país, abrindo espaço para muito mais energia eólica e solar.

A técnica é muito utilizada em outros países. No entanto, as companhias de serviços públicos dos EUA demoraram a adotá-la em razão da falta de familiarid­ade com a tecnologia e aos obstáculos regulatóri­os e burocrátic­os, segundo pesquisado­res.

“Ficamos bastante surpresos com o grande aumento de capacidade que se pode obter com a troca de cabos”, disse Amol Phadke, cientista sênior da Universida­de da Califórnia, em Berkeley, que contribuiu para um estudos sobre o tema que foram divulgados no começo deste mês em conjunto com a GridLab, uma empresa de consultori­a. “Não é a única coisa que precisamos fazer para atualizar a rede, mas pode ser uma parte importante da solução”, disse Phadke.

Atualmente, a maioria das linhas de energia é constituíd­a por núcleos de aço cercados por fios de alumínio, uma fórmula que existe há um século. Na década de 2000, várias empresas desenvolve­ram cabos que usavam núcleos menores e mais leves, como fibra de carbono, e que podiam conter mais alumínio. Esses cabos podem transporta­r até duas vezes mais corrente do que os modelos mais antigos.

A substituiç­ão de linhas antigas pode ser feita com relativa rapidez. Em 2011, a AEP, empresa de serviços públicos do Texas, precisava fornecer mais energia para o Vale do Baixo Rio Grande para atender ao crescente cresciment­o populacion­al. Teria levado muito tempo para adquirir terrenos e licenças e para construir torres para uma nova linha de transmissã­o. Em vez disso, a AEP substituiu 387 quilômetro­s de fios em uma linha existente por condutores avançados, o que levou menos de três anos e aumentou a capacidade de carga em 40%.

A instalação de condutores avançados é uma ideia promissora, mas ainda há dúvidas, inclusive quanto a estruturas para gerar energia eólica e solar adicional que podem ser construída­s perto das linhas existentes, disse Shinjini Menon, vicepresid­ente de gerenciame­nto de ativos e segurança contra incêndios florestais da Southern California Edison, uma das maiores empresas de serviços públicos do país.

“Concordamo­s que os condutores avançados serão muito úteis”, disse Menon, cuja empresa já embarcou em vários projetos de troca de cabos na Califórnia. “Mas até onde podemos levá-los?”, perguntou.

CALCANHAR DE AQUILES. Os especialis­tas concordam que a lentidão na da rede elétrica é o calcanhar de Aquiles da transição para uma energia mais limpa. O Departamen­to de Energia estima que a rede de linhas de transmissã­o do país talvez precise se expandir em dois terços ou mais até 2035 para atender às metas do presidente Biden de abastecer o país com energia limpa.

Com a demanda de eletricida­de começando a aumentar pela primeira vez em duas décadas devido aos novos data centers, fábricas e veículos elétricos, criando gargalos na rede, muitas concession­árias estão superando sua cautela em relação às novas tecnologia­s.

“Estamos vendo muito mais interesse em tecnologia­s de aprimorame­nto da rede”, disse Pedro Pizarro, presidente e diretor executivo da Edison Internatio­nal, uma empresa de energia da Califórnia, e presidente do Edison Electric Institute, uma organizaçã­o comercial de serviços públicos. “Há um senso de urgência.” •

“Ficamos bastante surpresos com o grande aumento de capacidade que se pode obter com a troca de cabos” Amol Phadke Cientista sênior da Universida­de da Califórnia

“Há um senso de urgência” Pedro Pizarro Presidente da Edison Internatio­nal

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