O Estado de S. Paulo

China lança mapa geológico mais completo da Lua

Até agora se utilizavam ainda as informaçõe­s das missões Apollo realizadas pela Nasa entre 1969 e 1972

- RAMANA RECH

Pesquisado­res da China lançaram o atlas mais completo sobre a geologia da Lua, no contexto do programa de exploração especial nacional Chang’e. O mapa estabelece uma escala de tempo geológico para o satélite. Também mostra a evolução tectônica e magnética da Lua.

Foram mapeadas mais de 12 mil crateras, além de 81 bacias de impacto (quando a cratera tem mais de 300 quilômetro­s de diâmetro) e 17 tipos de rochas diferentes. Por enquanto, o atlas se encontra disponível nos idiomas chinês e inglês.

Desde 2012, Ouyang Ziyuan e Liu Jianzhong, pesquisado­res da Academia Chinesa de Ciências, lideram um time internacio­nal de cientistas e cartógrafo­s na compilação desse documento. Eles reuniram dados a partir de missões espaciais internacio­nais e chinesas, como a própria Chang’e.

O atlas foi integrado à plataforma em nuvem criada por cientistas chineses que compila informaçõe­s sobre a Lua. Com isso, pesquisado­res esperam prover mais dados para futuras pesquisas e exploraçõe­s lunares.

“O atlas geológico da Lua tem grande relevância para estudar a evolução da Lua, selecionan­do um local para futuras estações de pesquisa lunar e utilizar recursos lunares. Também pode nos ajudar a entender a Terra e outros planetas do Sistema Solar, como a Marte”, afirma Ouyang Ziyuan. Hoje, EUA e China protagoniz­am uma nova corrida espacial com foco justamente na Lua e em Marte.

LEGADO DA APOLLO. Os atuais mapeamento­s da Lua ainda usavam dados da chamada era Apollo, quando missões da agência aeroespaci­al dos Estados Unidos (a Nasa) pousaram em seis diferentes pontos na Lua entre os anos de 1969 e 1972. Posteriorm­ente, o programa foi abandonado e os EUA só voltaram ao satélite recentemen­te.

Para os pesquisado­res, essas novas representa­ções correspond­em aos avanços trazidos pelas exploraçõe­s e pesquisas sobre a Lua, sem deixar de usar o que já havia sido feito. “Os mapas geológicos lunares publicados durante a era Apollo não foram alterados por cerca de meio século e ainda são utilizados para pesquisa geológica lunar”, diz Liu Jianzhong. •

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ACADEMIA CHINESA DE CIÊNCIAS/HANDOUT VIA XINHUA Os pesquisado­res esperam oferecer mais dados para as futuras pesquisas e exploraçõe­s lunares

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