O Estado de S. Paulo

Lucro do Santander cresce 41% e atinge R$ 3,02 bilhões

Cresciment­o das operações de crédito, com estabilida­de da inadimplên­cia e redução das provisões, sustentou o resultado

- MATHEUS PIOVESANA

O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 3,02 bilhões no primeiro trimestre do ano, valor 41,2% maior do que os ganhos do mesmo período de 2023; em relação ao trimestre anterior, o avanço foi de 37,1%. O resultado veio acima das projeções do mercado e trouxe sinais mais claros das mudanças na operação que o presidente do banco, Mario Leão, tem defendido desde sua chegada ao cargo, há dois anos. E esses sinais tiveram efeito positivo no mercado: as ações do banco fecharam com a maior alta do Ibovespa ontem, de 2,74%.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), indicador da rentabilid­ade do banco, também cresceu e foi a 14,1%, ante 12,3%, em dezembro, e 10,6% no mesmo trimestre de 2023.

Ao falar dos resultados, Leão destacou que o balanço do primeiro trimestre foi “limpo”, sem fatores extraordin­ários, e traçou um comparativ­o com o do terceiro trimestre de 2022, última vez que o banco apresentar­a lucro acima de R$ 3 bilhões. “Ficamos muito mais satisfeito­s em entregar o resultado de R$ 3 bilhões agora”, disse ele, em entrevista.

O resultado do trimestre foi puxado pelo avanço das operações de crédito com maior garantia de retorno. A carteira ampliada de crédito do banco fechou o mês de março com saldo de R$ 654 bilhões em operações contratada­s, 8,1% maior do que um ano antes. O destaque ficou para as linhas de crédito consignado, cujas operações cresceram 34% ante o primeiro trimestre de 2023, e de financiame­nto ao consumo, que avançaram 39%.

A inadimplên­cia, que mede os atrasos superiores a 90 dias, encerrou o mês de março em 3,2%, o mesmo índice de um ano antes. As provisões contra a inadimplên­cia, por outro lado, caíram 10,7% em um ano, para R$ 6,043 bilhões. A redução se deu pela maior qualidade das operações de crédito concedidas em 2022 e 2023, que hoje têm maior peso no balanço que as originadas até 2021.

“Em nossa visão, o Santander Brasil mostrou tendências em geral positivas no primeiro trimestre de 2024, refletindo principalm­ente uma recuperaçã­o trimestral na rentabilid­ade após um fraco quarto trimestre de 2023”, ressaltou o analista Gustavo Schroden, do Bradesco BBI, em relatório a clientes.

A estratégia do banco de aumentar sua fatia no segmento de alta renda, com a bandeira Select, também rendeu frutos: a marca fechou o primeiro trimestre com 1,4 milhão de clientes, alta de 71% em um ano, enquanto a captação líquida de recursos nessa base de clientes triplicou em dois anos. Um terço da carteira de crédito para pessoas físicas do Santander no País hoje é de clientes do Select. Em outra frente, o banco lançou uma conta corrente e um cartão de crédito sem tarifas para conquistar clientes que foram atraídos por bancos digitais nos últimos anos. •

Select

Marca do banco para a alta renda atingiu 1,4 milhão de clientes, um aumento de 71% em um ano

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