Venda de ações da Multiplan é a segunda maior oferta do ano e atrai estrangeiros
Oleilão de ações da Multiplan na B3 nesta terçafeira, 30, foi a segunda maior oferta de ações do ano até agora no Brasil. Os papéis eram do fundo de pensão dos professores de Ontário (OTPP, na sigla em inglês) e movimentaram R$ 1,2 bilhão. A oferta do canadense OTPP só perdeu para a captação da Energisa, que levantou R$ 2,5 bilhões em janeiro. Com demanda forte de investidores locais e estrangeiros – 50% de cada –, as ações acabaram ficando com vários fundos e gestoras, de acordo com fontes. Foi o primeiro leilão em bloco do ano na B3 e a maior transação já feita envolvendo a Multiplan, superando até a abertura de capital, em 2009, que movimentou quase R$ 1 bilhão, além de ofertas posteriores de ações da empresa de shoppings.
Operação poderia ter sido um follow-on
O leilão foi feito pelo Goldman Sachs e durou 90 minutos. A operação poderia ter sido uma oferta subsequente (follow-on), mas se optou por fazer um leilão em bloco (block trade, no jargão do mercado), mais rápido e ágil. Por conta da demanda, a ação saiu a R$ 22,75, acima do preço inicialmente proposto, de R$ 22,58.
Fundo canadense investe desde 2006
O OTPP, que investe na Multiplan desde 2006, esperou um momento de recuperação dos preços dos papéis para fazer a oferta. Após a publicação de resultados da Multiplan na semana passada, com bons números, o papel teve alta. Depois da venda, o fundo ainda ficou com participação de 18% na empresa de shoppings.
• IPO EM CAMPO? O Clube Atlético Mineiro tem sido “muito provocado a considerar um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês)” por Rubens Menin, segundo Bruno Muzzi, CEO da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Galo. A família Menin detém 67,9% da Galo Holding e também é sócia da MRV, do Banco Inter e da Log Commercial Properties, todas com capital aberto em Bolsa. “Ele gosta muito e provoca muito a gente porque a abertura de capital, além de ser uma entrada de recursos
mais baratos, pereniza a empresa”, diz Muzzi. “Um IPO está na cabeça de todo mundo, mas o clube precisa de maturidade maior, governança bem estabelecida e uns anos de balanço arrumado antes de tentar esse movimento.”
• OUTRAS OPÇÕES. O CEO da SAF do Galo diz estar trabalhando em duas frentes de negociação: com investidores que colocariam recursos na estrutura de base do clube e na própria SAF (o que diluiria a participação dos atuais sócios). “Temos tido conversas em várias frentes”, diz ele. Agora, porém, o clube vale mais do que há seis meses, por conta da redução do próprio endividamento.
• FUTEBOL. Na segunda-feira, 29, o clube apresentou seu primeiro balanço após se tornar uma SAF. Em 2023, teve receita bruta de R$ 439 milhões (quase três vezes mais em relação a 2020) e redução de endividamento em R$ 747 milhões. Com a SAF formalizada em outubro, os resultados só contaram com dois meses da nova estrutura, mas mostram a tendência de arrumação nas contas, e a necessidade de novos aportes.
• DÉBITO BILIONÁRIO. O eventual aporte na estrutura de base, na qual há hoje quase 300 atletas, serviria para tornar positivo o fluxo de caixa dos investimentos (com vendas mais valiosas de jogadores). Já os recursos de novos acionistas na SAF serviriam para abater ainda mais dívidas financeiras. No total, o clube ainda carrega débitos de R$ 1,4 bilhão.
• LÍTIO. Três projetos estruturantes para o setor automotivo nacional foram beneficiados com R$ 110,9 milhões do Programa Mover, antigo Rota 2030. Foram nove propostas inscritas na chamada pública, que buscava soluções para reaproveitamento de autopeças e desenvolvimento de baterias de lítio para eletrificação de veículos.
• CONSÓRCIO. A Fiat foi a empresa proponente em dois deles, o da economia circular de autopeças plásticas e têxteis, e o da baterias de íons-lítio. Já a Acumuladores Moura apresentou a proposta de desenvolver um protótipo nacional de bateria de lítio de baixa tensão para eletrificação veicular. As duas são acompanhadas em consórcio por empresas como Volkswagen, Iochpe Maxion, PeugeotCitroën, General Motors, WEG, Marcopolo e outras.
• CONTRAPARTIDA. No total, serão 35 empresas envolvidas no desenvolvimento das propostas vencedoras. As participantes investiram mais R$ 15 milhões como contrapartida nos projetos. O prazo para desenvolvimento é de até 36 meses. Os projetos foram aprovados no edital do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii).