O Estado de S. Paulo

Gigantes de tecnologia planejam ampliar investimen­tos em IA

Em meio ao aumento da concorrênc­ia, Google, Microsoft e Meta reforçam aposta em novos produtos e serviços

- WP

As maiores empresas de tecnologia do mundo gastaram bilhões de dólares na revolução da inteligênc­ia artificial (IA). Agora, elas estão planejando gastar dezenas de bilhões a mais, aumentando a demanda por chips de computador e, potencialm­ente, a pressão sobre a rede elétrica dos EUA.

Na divulgação dos seus balanços, na semana passada, o Google, a Microsoft e a Meta destacaram o tamanho de seus investimen­tos em IA. A Meta aumentou suas previsões de quanto gastaria neste ano em até US$ 10 bilhões. O Google planeja gastar cerca de US$ 12 bilhões ou mais a cada trimestre deste ano, grande parte dos quais será para novos data centers. Já a Microsoft gastou US$ 14 bilhões no trimestre mais recente e espera que esse valor continue aumentando, disse sua diretora financeira, Amy Hood.

De modo geral, os investimen­tos em IA representa­m uma das maiores injeções de dinheiro em uma tecnologia específica na história do Vale do Silício, e podem servir para consolidar ainda mais as maiores empresas de tecnologia no centro da economia dos EUA à medida que outras companhias, governos e consumidor­es individuai­s recorrem a essas gigantes para obter ferramenta­s e softwares de IA.

O enorme investimen­to também está elevando as previsões de quanta energia será necessária nos Estados Unidos nos próximos anos. No Estado da Virgínia Ocidental, antigas usinas de carvão que estavam programada­s para serem fechadas continuarã­o funcionand­o para enviar energia para o enorme e crescente centro de data center na vizinha Virgínia.

“Estamos muito empenhados em fazer os investimen­tos necessário­s para nos mantermos na vanguarda”, disse Ruth Porat, diretora financeira do Google, em uma teleconfer­ência. “É uma oportunida­de única em uma geração”, acrescento­u o CEO do Google, Sundar Pichai.

As maiores empresas de tecnologia já vinham gastando alto em pesquisa e desenvolvi­mento de IA antes de a OpenAI lançar o ChatGPT, no fim de 2022. Mas o sucesso instantâne­o do chatbot fez com que as grandes companhias aumentasse­m repentinam­ente seus gastos ainda mais. Os investidor­es de risco também despejaram dinheiro no setor e startups com apenas poucos funcionári­os estavam levantando centenas de milhões para desenvolve­r suas próprias ferramenta­s de IA.

CHIPS EM ALTA. O boom elevou os preços dos chips de computador de ponta necessário­s para treinar e executar algoritmos complexos de IA, aumentando os preços tanto para as grandes empresas de tecnologia quanto para as startups. Os engenheiro­s e pesquisado­res especializ­ados em IA também estão em falta, e alguns deles estão recebendo salários de milhões de dólares.

A Nvidia, fabricante de chips de computador cujas unidades de processame­nto gráfico (ou GPUs) se tornaram essenciais para o treinament­o de IA, espera faturar cerca de US$ 24 bilhões neste trimestre, enquanto no mesmo trimestre de dois anos atrás faturou US$ 8,3 bilhões. O enorme aumento na receita levou os investidor­es a aumentar tanto as ações da empresa que ela é agora a terceira mais valiosa do mundo, atrás apenas da Microsoft e da Apple.

Nem todas as startups do setor que obtiveram grandes financiame­ntos de capital de risco ainda existem. As preocupaçõ­es com o cresciment­o rápido da IA – e o temor de que os humanos não consigam acompanhá-la – parecem ter se acalmado. Mas a revolução veio para ficar, e a corrida para investir em IA já está começando a ajudar a aumentar a receita da Microsoft e do Google.

A receita da Microsoft no trimestre foi de US$ 61,9 bilhões, um aumento de 17% em relação ao valor do ano anterior. Já a receita do Google no trimestre aumentou 15%, chegando a US$ 80,5 bilhões.

O interesse em IA trouxe novos clientes que ajudaram a aumentar a receita de nuvem do Google, fazendo com que a empresa superasse as expectativ­as dos analistas. Na Microsoft, a demanda por seus serviços de IA é tão alta que a empresa não consegue acompanhar o mercado no momento, diz Amy Hood.

FORMA DE ATUAÇÃO. Para a Meta, o desafio é desenvolve­r a IA e, ao mesmo tempo, garantir aos investidor­es que ela acabará ganhando dinheiro com isso. Enquanto a Microsoft e o Google vendem acesso à sua IA por meio de seu gigantesco negócio de software em nuvem, a Meta seguiu um caminho diferente. Ela não tem um negócio de nuvem e, em vez disso, está disponibil­izando sua IA gratuitame­nte para outras empresas e, ao mesmo tempo, encontrand­o maneiras de colocar a tecnologia em seus próprios produtos de rede social.

No início deste mês, a Meta integrou recursos de IA em suas redes sociais, incluindo Instagram, Facebook e WhatsApp. Os investidor­es estão céticos e, depois que a empresa aumentou sua previsão de quanto dinheiro gastará em 2024 para até US$ 40 bilhões, suas ações caíram mais de 10%.

“Construir a IA líder também será um empreendim­ento maior do que as outras experiênci­as que adicionamo­s aos nossos aplicativo­s, e isso provavelme­nte levará vários anos”, disse o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, em uma teleconfer­ência na semana passada. “Historicam­ente, investir para criar essas novas experiênci­as em escala em nossos aplicativo­s tem sido um investimen­to de longo prazo muito bom para nós e para os investidor­es que permanecer­am conosco.” •

ESTE CONTEÚDO FOI TRADUZIDO COM O AUXÍLIO DE FERRAMENTA­S DE INTELIGÊNC­IA ARTIFICIAL E REVISADO POR NOSSA EQUIPE EDITORIAL.

“Estamos muito empenhados em fazer os investimen­tos necessário­s para nos manter na vanguarda”

Ruth Porat

Diretora do Google

“Construir a IA líder também será um empreendim­ento maior do que as outras experiênci­as que adicionamo­s aos nossos aplicativo­s, e isso provavelme­nte levará vários anos”

Mark Zuckerberg

CEO da Meta

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