O Estado de S. Paulo

Hong Kong elege favorita de regime chinês

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Carrie Lam, de 59 anos, antiga “número dois” de Hong Kong e favorita do regime comunista da China, venceu ontem as eleições para a chefia de governo do território autônomo, nas quais apenas um exclusivo comitê formado por 1.194 pessoas tem direito a voto.

Lam somou 777 votos, 177 acima dos 600 necessário­s para ganhar a disputa e se impôs sobre seus dois rivais, o ex-secretário de Finanças, John Tsang, com 365 votos, apontado como o favorito dos cidadãos, e o juiz aposentado Woo Kwok-hing, com apenas 21 votos.

As eleições, realizadas no Centro de Convenções de Hong Kong, reuniram nos arredores do recinto mais de uma centena de manifestan­tes, que protestara­m contra o restritivo sistema eleitoral pelo qual o equivalent­e a 0,02% dos 5 milhões de cidadãos podem votar.

Lam foi eleita já na primeira rodada de votações, nas quais participar­am 1.163 membros do comitê, formado pela elite política e empresaria­l de Hong Kong e fortemente influencia­do por Pequim. Procedente de uma família da classe operária, ela está há mais de 35 anos na administra­ção pública de Hong Kong.

Durante a apuração, que ocorreu na presença dos membros do comitê, partidário­s da ganhadora receberam com gritos de celebração a vitória de Lam, que terá a tarefa de governar Hong Kong durante os próximos cinco anos.

Ao mesmo tempo, cidadãos críticos ao sistema restritivo de votação rasgaram cartazes e protestara­m com gritos durante a leitura da apuração. Um dos manifestan­tes abriu um guarda-chuva amarelo, símbolo dos protestos de 2014 que surgiram como crítica ao sistema eleitoral para designar o chefe do governo de Hong Kong.

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ANTHONY WALLACE/AFP Nova líder. Lam festeja eleição em Hong Kong

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