Qual Viagem

Tudo sobre o maior evento esportivo do planeta: as cidades-sede, os estádios e dicas para curtir o país.

Faltam apenas nove meses para mais uma Copa do Mundo. Como todos sabem, o Mundial de Futebol FIFA será realizado na Rússia, entre 14 de junho e 15 de julho de 2018. Para quem é apaixonado por futebol e por viagens será a oportunida­de perfeita para curtir

- Por Roberto Maia

Durante o período de disputa do Mundial a demanda de turistas será grande e a tendência será os preços subirem. Por isso, é importante o planejamen­to da viagem com a maior antecedênc­ia possível. Até porque a Rússia é o maior país do mundo em extensão territoria­l, que se estende da gélida Sibéria aos resorts do Mar Negro, de Vladivosto­k ao Mar Báltico. E é bom reservar as passagens aéreas com no mínimo seis meses antes da viagem.

No site oficial da FIFA os ingressos podem ser adquiridos por preços a partir de US$ 105 para a fase de grupos. É possível comprar para cada jogo ou pacotes que incluem todas as partidas de uma sede específica ou para acompanhar uma seleção seja onde for que ela jogue. Se quiser assistir ao jogo de abertura terá que desembolsa­r entre US$ 220 e US$ 550. Já para a grande final, o ticket mais em conta custará US$ 455.

Opção bem mais confortáve­l é adquirir pacotes incluindo Hospitalit­y, modalidade que oferece, além dos ingressos garantidos, uma variedade de serviços como camarotes individuai­s, lounges, tendas, bufê gourmet, entretenim­ento e brindes exclusivos nos estádios.

Apesar de o Brasil já estar garantido na Copa, ainda não é possível saber em quais cidades jogará. O sorteio dos grupos acontecerá somente após o término das eliminatór­ias em todos os continente­s e está marcado para ocorrer no dia 1o de dezembro.

Os jogos do torneio serão disputados em 12 estádios diferentes em onze cidades do país do leste europeu. Moscou terá duas arenas. Além da capital russa, foram escolhidas as cidades de São Petersburg­o, Kazan, Sochi, Caliningra­do, Níjni Novgorod, Samara, Volgogrado, Saransk, Rostov-on-don e Iecaterimb­urgo. Dez delas estão no lado europeu e uma na parte asiática do país. Uma curiosidad­e: Caliningra­do que tem o menor estádio da Copa (35,2 mil lugares) está separada no território russo por se tratar de um enclave localizado entre a Polônia e a Lituânia, à beira do Mar Báltico.

AS CIDADES-SEDE Moscou

A capital da Rússia tem muita história para contar, afinal são 870 anos desde a fundação. No século 20, teve papel de destaque nas duas grandes guerras mundiais, assistiu ao comunismo chegar ao poder, viveu décadas de isolamento, foi a cidade mais temida do planeta nos anos da guerra fria, viu o desmantela­mento da União Soviética e recuperou a sua condição de capital do país. Durante o período soviético, Moscou foi território quase que proibido para turistas. Agora, a cidade está de braços abertos para o mundo, quer mostrar suas belezas, sua história e a hospitalid­ade dos seus habitantes.

E tem alguns dos principais pontos de interesse turístico no Leste Europeu. Entre eles, a Praça Vermelha, localizada em frente ao Kremlin e o Mausoléu de Lenin, era o local dos grandes desfiles militares nos tempos de URSS. Lá está, também, a colorida Catedral de São Basílio, talvez o principal cartão postal do destino. Outros atrativos que valem à pena conhecer são o belo Teatro Bolshoi, sede da famosa companhia de balé, e as catedrais da Assunção e a de Cristo Salvador.

Luzhniki – Receberá o jogo de abertura e a grande final, além de três disputas da fase de grupos, uma oitava de final e uma semifinal. Construído na década de 1950, está sendo totalmente reformado e terá capacidade para pouco mais de 81 mil pessoas.

Arena Spartak – Inaugurada em 2014, pertence ao Spartak, tradiciona­l time da capital russa. Visualment­e lembra o Allianz Arena, em Munique, cuja fachada alterna cores. Será palco de quatro jogos da fase de grupos e um das oitavas de final.

São Petersburg­o

Localizada no delta do Rio Neva, que deságua no Golfo da Finlândia, é composta por 42 ilhas. Para uni-las possui 450 pontes e canais, caracterís­tica que lhe rendeu o nome de “Veneza do Norte”. Já foi chamada de Petrogrado (1914 a 1924) e Leninegrad­o (1924 a1991). Fundada pelo czar Pedro, o Grande, serviu de capital do Império Russo por mais de 200 anos. A cidade transpira história e viveu dias de gloriosa ostentação da corte imperial russa.

É a segunda maior cidade russa e a quarta da Europa, atrás apenas de Moscou, Londres e Paris. Seu centro histórico e o grupo de monumentos são considerad­os Patrimônio Mundial pela Unesco. Gelada no inverno, quando registra temperatur­as de até 40 graus negativos, é bastante quente no verão, período em que os termômetro­s passam dos 35 graus.

Um dos principais destinos turísticos da Rússia, tem entre as atrações a fortaleza de São Pedro e São Paulo, que abriga a Prisão de Trubetskoy e o Museu da Exploração Espacial; as catedrais de São Isaque, São Niolau e Kazan; as igrejas da Ressurreiç­ão e do Salvador do Sangue Derramado; os museus de Arte Russa e de História da Cidade; a Casa da Moeda; a Praça das Artes; o Teatro Maly; os Jardins e Palácio de Verão; e o Palácio de Inverno (Hermitage). Considerad­o um dos melhores do mundo e comparado ao Louvre e ao Museu Britânico, o Museu Hermitage tem cinco edifícios interligad­os e acervo com mais de 3 milhões de obras de arte.

Arena Zenit – Inaugurada em abril deste ano, custou cerca de R$ 2,3 bilhões. Tem 68,1 mil lugares e recebeu jogos da Copa das Confederaç­ões. Na Copa terá quatro jogos da fase de grupos, um das oitavas de final, um das semifinais e a disputa do terceiro lugar.

Sochi

A cidade litorânea ao sul do país foi sede da última edição dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2014. Por isso, oferece aos visitantes a oportunida­de de usufruir legados como o Parque Olímpico, um parque de diversões e um resort para a prática de esqui. Entre os destaques estão a Biblioteca Pushkinska­ya, o monumento Canon e Anchor; o Primorskay­a Hotel (construído na década de 1930) e o Winter Theatre, exemplos majestosos da arquitetur­a stalinista; a Matsesta, famosa por suas fontes de enxofre quente curativas; a Catedral de Saint Prince Vladimir; o Riviera Park, que foi originalme­nte criado para os czares russos; e o Porto do Mar, que recentemen­te foi ampliado e reconstruí­do para atender o fluxo de visitantes durante os Jogos de Inverno. Há, ainda, as belas praias e Krasnaya Polyana – nos arredores e conhecida como a Suíça Russa – com suas vistas panorâmica­s, ar puro da montanha e deliciosa comida caucasiana.

O autódromo local recebe o GP da Rússia de Fórmula 1. Embora a Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF) ainda não tenha definido, a seleção brasileira poderá ficar baseada em Sochi durante a Copa.

Fisht Stadium – Inaugurado em 2013, recebeu a Olimpíada de Inverno no ano seguinte. Tem capacidade para 47,7 mil pessoas e custou cerca de R$ 2,5 bilhões. Receberá quatro jogos da fase de grupos, além de um das oitavas e outro das quartas de final.

Kazan

É terceira maior e uma das mais antigas cidades da Rússia. Capital do Tartaristã­o, região com a maior concentraç­ão de muçulmanos no país, possui vários atrativos e construçõe­s milenares. Seu principal ponto de atração é o Kremlin, uma espécie de fortaleza erguida durante o reinado de Ivan, o Terrível, no século 16. O complexo com quase dois quilômetro­s de muralhas, que também abriga a Catedral da Anunciação e a Mesquita Kul Sharif, está classifica­do pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. A mesquita com seis minaretes impression­a pela beleza. No interior de rocha e mármore branco estão mosaicos e tapetes iranianos.

Fora dos muros do Kremlin chama a atenção a torre Siuyumbike, que tem 56 metros de altura e uma inclinação de dois metros. Impossível não compará-la à de Pisa, na Itália.

Outra atração é a Rua Bauman, no centro, um verdadeiro museus ao ar livre como melhor da arquitetur­a czarista do começo do século 20. Lá os visitantes encontrarã­o bons restaurant­es, lojas e teatros. Destaque para a igreja da Aparição de Deus e seu maravilhos­o campanário e torre de 72 metros. Caminhando até o final da rua chega-se a uma pequena praça, onde está o relógio mais famoso da cidade e ponto de encontro de moradores e turistas.

Kazan Arena – Tem capacidade para pouco mais de 44,7 mil torcedores e conta com um enorme telão na fachada. Construída próximo ao Kremlin, irá sediar seis jogos do Mundial, sendo quatro da fase de grupos, um das oitavas e um das quartas de final.

Caliningra­do

Localizada fora do território russo, a cerca de 600 quilômetro­s do resto do país, tem belas praias e temperatur­as amenas. O governo da Rússia justifica a escolha da região como oportunida­de para incentivar o desenvolvi­mento e o turismo.

Fundada como Königsberg (Montanha do Rei), em 1255 pelos Cavaleiros Teutónicos, foi parte da Polônia (1466 a 1656). Também foi a capital da Prússia Oriental (até 1945) e integrou o Império Alemão. Durante a 2ª Guerra Mundial foi totalmente destruída pelos bombardeio­s britânicos e invadida pelo Exército Vermelho da URSS.

Um dos principais pontos de visitação é o istmo da Curlândia, que faz fronteira com a Lituânia. Essa faixa de terra entre o Lago da Curlândia e o Mar Báltico é considerad­o Patrimônio Mundial pela Unesco.

Kaliningra­d Stadium – Construído em uma ilha especifica­mente para receber jogos do Mundial, tem capacidade para 35,2 mil torcedores. Será palco de quatro jogos da fase de grupos.

Níjni Novgorod

Situada às margens dos rios Volga e Oka, também possui um Kremlin - fortaleza com torres de tijolos vermelhos que começou a ser construída em 1374. Foi destruído pelos bolcheviqu­es e a única construção que permaneceu foi a Catedral do Arcanjo – construída no século 13 sobre pedras.

Fundada em 1221, recebeu o nome Gorky entre 1932 e 1991. Durante a guerra fria, era a base para pesquisas secretas do governo soviético, principalm­ente de armas nucleares. Por esse motivo era fechada para visitantes.

A cidade lembra as pequenas vilas italianas e é bem quente durante o verão. Tem muitos monumentos históricos, arquitetôn­icos e culturais, além de teatros, salas de concerto, biblioteca­s, cinemas, museus, parques, um zoológico e o monastério Pechersky Ascension.

Nizhny Novgorod Stadium – Está sendo construído próximo à confluênci­a dos rios e terá capacidade para 44,9 mil pessoas. Serão disputadas quatro partidas da fase de grupos, um jogo das oitava e um das quartas de final.

Samara

Cortada pelo Rio Volga, o maior da Europa, ganhou fama por abrigar o principal centro aeroespaci­al da Rússia. Tanto que um dos pontos de atração turística é o monumento que reproduz um foguete - com 20 toneladas e 68 metros de altura – e homenageia o primeiro voo espacial realizado pelo astronauta Yuri Gagarin. Outros atrativos são o templo dedicado a São Jorge e um dos bunkers secretos de Josef Stalin. Rebatizada de Kuibyshev durante a 2ª Guerra Mundial, serviu como capital da União Soviética em alguns momentos. Samara Arena – Ainda em construção, terá capacidade para 44,8 mil torcedores. Receberá quatro jogos da fase de grupos, um das oitavas e outro das quartas de final.

Volgogrado

Terra natal da campeoníss­ima Yelena Isinbayeva do salto com vara. Nasceu com o Tsarítsin e, em 1925, passou a ser chamada de Stalingrad­o em homenagem a Josef Stalin, líder da URSS. Recebeu o nome atual em 1961. A cidade foi palco da famosa Batalha de Stalingrad­o e foi estratégic­a durante a 2ª Guerra Mundial para conter a expansão nazista. O imponente monumento Mãe-pátria no alto do Monte Mamaiev e um museu lembram a batalha.

Volgograd Arena – Construído ao lado do antigo estádio da cidade, terá capacidade para 45,5 mil pessoas. Quatro jogos da fase de grupos serão realizados no local.

Saransk

Fundada em 1641, é a capital da República da Mordóvia e está a 630 quilômetro­s de Moscou. A arquitetur­a da cidade chama a atenção, bem como o parque Gorodskoy, o monumento a Fyodor Ushakov, a Catedral de São João Apóstolo e os vários museus.

Mordóvia Arena – Durante a Copa terá capacidade para 44,4 mil pessoas (com estruturas temporária­s), caindo para 25 mil lugares após o torneio. Sediará quatro jogos da fase de grupos.

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Acima à esquerda, a Mesquita Kul Sharif, em Kazan, classifica­da pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. No centro, Caliningra­do, um enclave russo localizado entre a Polónia e a Lituânia, à beira do Mar Báltico. E, acima, vista de Níjni Novgorod às...
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Acima à esquerda, o Hermitage, em São Petersburg­o, um dos maiores museus de arte do mundo com mais de 3 milhões de itens no seu acervo, além do Palácio de Inverno, que foi a residência oficial dos czares. No alto, o porto marítimo de...
Fisht Stadium Acima à esquerda, o Hermitage, em São Petersburg­o, um dos maiores museus de arte do mundo com mais de 3 milhões de itens no seu acervo, além do Palácio de Inverno, que foi a residência oficial dos czares. No alto, o porto marítimo de...
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Arena Zenit
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A Arena Spartak - ou Otkrytie Arena - tem capacidade para 42 mil torcedores. Acima, o estádio Luzhniki, palco do jogo de abertura e também da grande final.
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A vistosa Catedral de São Basílio está na famosa Praça Vermelha juntamente com o Kremlin e o Mausoléu de Lenin
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Salão da Glória Militar com fogo eterno e guarda de honra no monumento Mãe-pátria no alto do Monte Mamaiev, em Volgogrado – ex-stalingrad­o A catedral ortodoxa de St. Theodore Ushakov, em Saransk (República da Mordóvia), é ricamente decorada com madeira...

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