MARRAKESH
A Cidade Vermelha
Que tal uma viagem de curta duração, econômica e que contemple um país africano e dois destinos europeus? O roteiro, que pode ser feito em apenas uma semana, começa na incrível Marrakesh, a quarta maior cidade de Marrocos, segue para Málaga, na maravilhosa Andaluzia, no Sul da Espanha, e termina com um bate e volta até Gilbraltar, o território britânico conhecido pelo famoso Estreito de Gibraltar, a estreita faixa de água que separa a Europa da África por apenas 14 quilômetros.o itinerário partindo de São Paulo ou Rio de Janeiro pode ser realizado com uma única companhia aérea, a Royal Air Maroc, que tem voos diretos com destino a Casablanca, a maior cidade marroquina. Um voo de conexão leva até Marrakesh.
Cada vez mais, o Marrocos é um destinos que vem caindo no gosto de pessoas que apreciam viajar para conhecer novas culturas. Além dos cenários que impressionam os visitantes, a hospitalidade do povo marroquino é uma experiência à parte. Considerada uma das civilizações mais antigas do mundo com mais de 10 mil anos de história, o país foi dominado por várias etnias, que influenciaram a cultura, gastronomia, arquitetura e as artes.
Marrakesh é a principal e mais badalado destino marroquino. É conhecida mundialmente por sua Medina, a antiga cidade fortificada que é um Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco desde 1985. Suas paredes avermelhadas construídas entre 1122 e 1123, por Ali ibn Yusuf, tornou-a conhecida como Cidade Vermelha. Atualmente, mantém a sedução do passado distante com toques de modernidade global.
Seus principais atrativos turísticos são o imenso souk e a Praça Djemaa el-fna, a mesquita Koutoubi, o Palácio Bahia e o Jardim Majorelle.
Comece o roteiro pelo Palácio Bahia, uma das obras-primas da arquitetura marroquina e um dos principais monumentos do patrimônio cultural do país. O complexo construído pelo grão-vizir Si Moussa (primeiro-ministro do Império Otomano), no final do século 19, reúne pequenas mansões e 150 quartos com arquitetura típica islâmica e muçulmana - estilo árabe-andaluz. De- dicado pelo monarca à sua esposa favorita, o lugar tem jardins que ocupam uma área de 8 mil metros quadrados e diversos pátios interiores. Atenção para a linda decoração dos tetos. Além das quatro esposas do rei, também viviam no local suas 24 concubinas.
Os cômodos do palácio que eram decorados por luxuosos móveis estão vazios porque, segundo contam por lá, foram saqueados pelas esposas e pelo sultão após a morte de Ba Ahmed – filho de Moussa.
Durante o período em que o Marrocos esteve sob domínio da França, o palácio serviu como residência do administrador colonial francês durante alguns anos. Atualmente, a família real marroquina utiliza o palácio quando está na cidade, períodos nos quais a visitação não é possível.
Abre de domingo a quinta-feira das 8h30 às 11h45 e das 14h30 às 17h45; na sexta das 8h30 às 11h30 e das 15h às 17h45.
Outro atrativo turístico de Marrakesh que merece uma visita sem pressa é o maravilhoso Jardim Majorelle, um lugar de paz e tranquilidade bem no coração da cidade. Criado pelo pintor francês Jacques Majorelle, a aprazível área verde tem árvores exóticas e plantas de todo o mundo. Espelhos d’água com lírios e paisagismos que reproduzem a natureza do deserto completam o cenário. O antigo ateliê do artista abriga um museu dedicado à cultura berbere.
Para impedir que o jardim desse lugar à construção de um grande hotel de luxo, o estilista Yves Saint-laurent e o empresário Pierre Bergé compraram o local em 1980. Em 2008, quando Saint-laurent faleceu, suas cinzas foram espalhadas no lugar e um memorial foi construído em sua homenagem. Atualmente o jardim é propriedade da Fundação Pierre Bergé-yves Saint Laurent, uma organização sem fins lucrativos.
Situado dentro do Majorelle, o Museu dos Berberes apresenta a história de indígenas e os primeiros habitantes do Marrocos. Estão em exposição roupas, joias e objetos utilizados em rituais.
O Jardim Majorelle abre diariamente das 8h às 17h30.
Uma outra área verde na cidade de Marrakesh é o Jardim Menara, que tem mais de 100 hectares e um lago artificial rodeado por pomares e oliveiras. Criado em 1870, possui um edifício que foi encomendado pelo sultão Sidi Mohammed. Dizem por lá que o lugar servia para os encontros amorosos dos sultões da cidade. Distante dois quilômetros da Medina, abra diariamente das 9h às 17h. Distante poucos metros do Jardim Majorelle está o Museu Yves Saint-laurent (MYSLM) dedicado ao estilista e inaugurado em 2017. Os arquitetos Olivier Marty e Karl Fournier do escritório francês Studio KO assinam o arrojado projeto. O museu está instalado em um edifício com 4 mil metros quadrados e design inspirado na textura de tecidos como a seda e a organza. Uma exposição permanente reúne cerca de 5 mil peças de alta-costura e 15 mil acessórios, além de croquis, fotografias e reportagens publicadas na imprensa. Um auditório e uma biblioteca com mais de 5 mil livros raros e antigos de história, cultura, literatura e arte de Marrocos completam a estrutura do local.
O MYSLM abre todos os dias (exceto quarta-feira) das 10h às 18h. Um outro museu bastante interessante e muito visitado na cidade é o Museu de Marrakesh. Instalado dentro do Palácio Menbbi, abriga obras de arte contemporânea de artistas marroquinos e orientalistas de outros países, peças etnográficas (cerâmicas, joia, armas, roupa, objetos de culto judaico, portas e mobílias diversas) e documentos históricos (caligrafia e gravuras). Inaugurado na década de 1990, o acervo é constituído pelas coleções particulares do seu fundador, o mecenas marroquino Omar Benjelloun. Abre diariamente das 9h às 18h30.
MESQUITA, SOUK E PRAÇA GIGANTESCA
Magnífico exemplar da arte moura, a Mesquita Koutoubia possui um minarete que é considerado um dos mais belos do mundo. Tanto que serviu de modelo para os das mesquitas de Rabat (Torre Hassan) e de Sevilha (Giralda). Com 69 metros de altura e 12,8 metros de largura, a torre é adornada com quatro globos de cobre. A mesquita é decorada com faixas de cerâmica, ameias pontiagudas no parapeito e pequenos arcos. À época da sua construção, em 1158, era considerada uma das maiores do mundo árabe.
Localizada a 300 metros da Praça Djemaa el-fna, é um local sagrado para os muçulmanos. Infelizmente, não-muçulmanos são impedidos de entrar na mesquita.
O gran finale em Marrakesh tem que ser no souk na Medina e na Praça Dje
maa el-fna. Há duas interpretações para o nome da praça: Assembleia dos Mortos, pois no passado era o local onde criminosos eram executados; e “lugar da mesquita desaparecida” pois a palavra djemaa também significa mesquita - referência a uma que foi destruída.
Considerada uma das maiores do mundo e a mais movimentada da África, a praça reúne diariamente acrobatas, encantadores de serpente, den-
tistas ambulantes, videntes, mágicos, contadores de história e tudo que você pode imaginar. À noite, o espaço é também dividido com barracas de comidas típicas - carnes grelhadas, caracóis, salsichas, cuscuz e até cérebro de cordeiro -, além de muito chá de menta.
No interior da Medina funciona o imenso souk, mercado tradicional muito comum em cidades do Norte do continente africano. Do século 11 ficaram as muralhas com 14 quilômetros e dez portas de entrada. No lado de dentro um emaranhado de corredores, vielas, aromas e uma multidão de turistas comprando de tudo um pouco nas mais de 30 mil tendas que abrem diariamente até as 22h. Entre os produtos comercializados estão os famosos óleos de argan, pashminas, prataria, vasos de cerâmica, roupas típicas, bolsas, quadros, frutas, especiarias e muitos outros.
Uma dica importante: diga que é brasileiro, porque o preço costuma ser maior para os europeus. E não esqueça de sempre barganhar antes de definir a compra. Em geral, o preço pedido pelos vendedores é o dobro ou mais que o valor real.