A CHEINHA
Estar acima do peso não é desculpa para não correr. Deixe os receios para trás e as passadas vão se tornar o momento mais prazeroso do seu dia, acredite. O pesquisador Steven Blair, da Universidade da Carolina do Sul (EUA), liderou um estudo com 30 mil pessoas que apontou que 40% dos obesos tinham taxas normais de colesterol e pressão. “Ter porcentagem de gordura mais alta não significa necessariamente que você corre mais riscos cardiovasculares. Independentemente disso, claro, é preciso fazer exames periódicos. Um teste ergoespirométrico é fundamental para indicar se o coração e os pulmões estão bem, mostrar as taxas do metabolismo e os limiares seguros de treino”, orienta a treinadora Thabata Giavoni, do Projeto Mulher. Outro estudo, publicado no The Journal of Clinical Investigation por pesquisadores da Universi- dade de Washington ( EUA), também demonstrou que pessoas metabolicamente saudáveis estavam protegidas dos efeitos adversos do sobrepeso. Com exames em ordem, você está liberada para comprar um tênis próprio para o esporte e partir para o planejamento das sessões. Segure a empolgação inicial e respeite os dias de descanso previstos na planilha. “No início, intercalamos caminhadas rápidas com caminhadas lentas e, progressivamente, introduzimos corrida com intervalos maiores, até corrermos o tempo todo. Mais do que intensidade, no início é preciso ganhar volume de treino”, completa Thabata. “Outra opção para quem tem sobrepeso é o deep running. A corrida dentro da água oferece mais resistência. Assim, você ganha condicionamento sem o impacto da corrida no asfalto”, indica Carla Moreno. No começo, é importante escolher trechos planos na hora de traçar a rota. Se possível, invista na musculação para fortalecer músculos e preservar os joelhos de lesões. Isso vai garantir que você possa traçar objetivos cada vez mais ambiciosos. Tamires Pereira trabalha na área financeira de uma academia e começou a correr quando estava 40 kg acima do que seria o peso ideal. Entre as muitas medalhas que ganhou, está, com orgulho, uma da Super Maratona Noturna de Extrema (24 km de montanha). “Tenho uma facilidade imensa de engordar; foi difícil aceitar que os ponteiros da balança não paravam de subir. Nunca fui magra, mas gosto de como sou hoje. A corrida, no início, era difícil, mas era inspiradora e virou um desafio. Nos primeiros seis meses, cheguei a participar de quatro provas. Hoje estou motivada para novos desafios e resultados.