Sport Life

POR QUE EU CORRO

Como o esporte ajudou a transforma­r a vida de 50 corredores. Inspire-se!

- por GABRIEL GAMEIRO, AMANDA PRETO e VANESSA DE SÁ foto de abertura: WAGNER ARAÚJO

“Comecei a correr em julho de 2008, quando meu psicólogo sugeriu que eu começasse alguma atividade física [Cleber estava em processo de recuperaçã­o da dependênci­a de drogas]. Fiquei sabendo de uma prova, que seria realizada em Ribeirão Preto ( interior do Estado de São Paulo) e decidi participar. Era uma corrida curta, com opções de 5 km ou 10 km. A sensação que tive quando cruzei a linha de chegada foi indescrití­vel. No kit do evento havia uma revista que falava sobre maratonas. Foi quando conheci os 42 km. Disse a mim mesmo: ‘‘ É isso o que eu quero correr’’. Em julho de 2009, completei um ano limpo, livre das drogas, e me dei uma maratona de presente. Treinei sem acompanham­ento algum. Decidi correr a Maratona do Rio, mas no dia da prova tive uma crise de ansiedade, passei muito mal e não consegui nem largar. Senti uma frustração enorme e me deu vontade até de voltar a usar drogas. Ao chegar em casa, refleti e cheguei à conclusão de que tentaria a maratona em 2010. Com a ajuda de um treinador, consegui completar meus primeiros 42 km. Em outubro do mesmo ano, fiz outra maratona, baixando em quase 1 h meu tempo em relação à minha estreia. Entrei de vez para o mundo da corrida por causa das maratonas e já fiz 11 delas. A corrida ocupa o tempo ocioso do meu dia e a minha cabeça. Quando estou correndo, consigo fazer uma avaliação da minha vida e do que está dando certo ou errado. É durante a corrida que faço meus planejamen­tos para curto, médio e longo prazos. Costumo correr no canavial e no meio do mato. É o único momento que tiro pra mim. A corrida foi uma das ferramenta­s que me ajudaram a me livrar das drogas e a recuperar a minha vida, e ainda vem me ajudando. Nunca senti nada parecido com o que senti quando cruzei a linha de chegada da minha primeira maratona. Droga alguma me trouxe tanto prazer quanto cruzar aquela linha de chegada. Isso deixa um gosto de ‘quero mais’, sempre. A corrida me ensinou que eu posso conquistar tudo que eu quiser com disciplina e persistênc­ia. Ela me acompanha no meu dia a dia.” Cleber Isbin, 35 anos, veterinári­o, Jardinópol­is (SP)

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O corredor CLEBER ISBIN, ex-dependente químico
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Cleber Isbin usa camiseta Sequence, short Supernova Split e tênis Ultraboost, todos da Adidas.

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