A cura da cãibra está próxima?
Chega ao mercado americano o primeiro produto cientificamente comprovado contra essa terrível dor
Pergunte a qualquer atleta de longa distância e o que ouvirá é mais ou menos a mesma coisa: vez ou outra, geralmente no momento mais importante da prova (a lei de Murphy existe. Você sabia disso, não?), ele padece de uma dor muscular lancinante e se vê obrigado a reduzir o ritmo ou mesmo a abandonar a corrida. É a malfadada cãibra.
Não existia um assunto tão controverso e aparentemente sem solução quanto a cãibra. Da reidratação com eletrólitos a banana e massagens, tudo já foi proposto para aliviar as fortes contrações musculares e mais ainda se fez na busca por uma cura. Tudo sem sucesso, ou com sucesso relativo.
Até que, sete anos atrás, durante um passeio, dois pesquisadores americanos, Bruce Bean, professor de neurobiologia da Universidade de Harvard, e o vencedor do Nobel Rod MacKinnon, da Universidade Rockefeller, se viram paralisados de dor durante um passeio de caiaque (ambos são fanáticos remadores) e ficaram obcecados por tentar descobrir o que, afinal, causa a cãibra. Depois de muito estudar, eles passaram a suspeitar que não eram os músculos que precisavam de um “help” na forma eletrólitos como sódio e potássio ( a perda desses eletrólitos através do suor era tida como uma das responsáveis pelos espasmos musculares) ou água (a desidratação era apontada como outra possível causa), mas que possivelmente o que acontecia era uma espécie de curto-circuito nos elementos que levam mensagens do cérebro para o sistema nervoso e dali para os músculos. Para ficar com cãibra, eles propuseram, o músculo precisa ser inervado. A “eureca” dos pesquisadores, então, foi: “se imaginarmos uma maneira de bloquear o nervo, então conseguiremos impedir a cãibra de acontecer”. “Para a gente, ficou claro que o nervo estava implicado diretamente na cãibra muscular”, disse MackKinnon.