3 perguntas para Fernanda Paradizo,
Fotógrafa e corredora
Ela não só corre como já disparou cliques em maratonas de peso, como as de Chicago e de Nova York (EUA), mas não se vê como uma fotógrafa que corre nem como uma corredora que fotografa, pois ambos os ofícios são igualmente importantes em sua vida. A fotojornalista Fernanda Paradizo contou à Sport Life um pouco sobre sua profissão: bater os melhores cliques de corredores em provas mundo afora.
Qual é o segredo para tirar belas fotos em corridas?
É preciso, sobretudo, conhecimento técnico de fotografia e também ter domínio do equipamento que você usa para que consiga produzir o que quiser. Se tiver isso e visão para pensar em coisas diferenciadas, saindo do lugar-comum, você pode se sobressair na profissão.
De que foto das que já tirou você mais orgulha?
Não sou muito apegada às fotos que tiro, porque, passado algum tempo, sempre acho que poderia ter feito melhor. E, como tenho muito material em arquivo, até me esqueço de alguns cliques que fiz. Mas, claro, tenho um apego especial pelo que elas significam ou significaram. Eu me apego mais à lembrança e à história que a imagem carrega e não ao fato de ela ser uma foto tecnicamente perfeita. Acho que a imagem do octacampeonato do Adriano Bastos na Maratona da Disney, com os personagens perfilados atrás, é uma foto que sempre me pego olhando. Depois de tantos anos fotografando a Disney (este será o 15º ano), foi a primeira vez que consegui pegar os personagens juntos comemorando e o salto característico do Adriano, com as duas pernas para o alto. Gosto bastante dessa foto porque sei o quanto a vitória significou para ele, que é meu amigo. Claro que hoje também me orgulho de três fotos tiradas na Maratona de Nova York e que foram escolhidas para uma exposição especial da maratona e que estão no Museu da Cidade de Nova York. É uma honra fazer parte disso.
Como é a disputa por espaço entre fotógrafos em provas de corrida?
Aqui no Brasil, nas corridas e nas provas de triatlo em geral, há muita camaradagem e respeito entre os profissionais, até porque um já conhece o outro. Em provas mais famosas, que atraem mais atenção da mídia, como uma São Silvestre ou um Troféu Brasil de Atletismo, é mais comum ter alguns problemas de espaço entre profissionais, principalmente aqueles que não cobrem o dia a dia do esporte. Às vezes, algumas palavras mais ríspidas são proferidas. Mas o maior problema que enfrentamos é a arrogância de alguns profissionais de TV, que não sabem dividir espaço de forma amistosa ou pedir educadamente para que você não entre na frente deles para não atrapalhar as imagens ao vivo. Mas são ossos do ofício. Já nas provas lá fora, em geral há sempre uma cordialidade muito grande entre os profissionais.
“A fotografia e o jornalismo são minhas profissões. A corrida é a modalidade que adotei há muito tempo para me manter em forma e ter uma vida saudável.”