ELAS E ELES
Saiba o que o sexo oposto ao seu pode ensinar a você sobre corrida
Confiar no treinamento
Homens têm mais dificuldade em acreditar nos planos de treino. Não é raro que eles fiquem inseguros e achem que podem fazer sempre um pouco mais do que consta na planilha, pois pensam que “só” aquilo não será suficiente para progredir. O excesso costuma custar caro. “As mulheres fazem um trabalho muito melhor simplesmente seguindo o planejamento de treinos”, aponta à Sport Life o treinador americano Greg McMillan, do grupo McMillan Running.
Encaixar o pace
“Em geral, as mulheres têm provado ser melhores em ajustar o pace – especialmente em maratonas e ultras. Esse cuidado desde a largada faz com sejam menos propensas a quebrar no fim das provas. Os homens tendem a ser mais ansiosos e a largar mais rápido do que deveriam”, diz a treinadora Elizabeth Corkum, de Nova York ( EUA), responsável pelo grupo Coach Corky Runs. Mais do que uma percepção, o fato tem sido comprovado por várias pesquisas. Um estudo publicado este ano no Journal of Sports Science analisou resultados de 1 222 maratonistas de elite por 14 anos e viu que as mulheres eram mais propensas a terminar as provas em split negativo, ou seja, capazes não só de manter, mas também aumentar o ritmo nos quilômetros finais. Que tal encontrar uma parceira para treinar percepção de ritmo?
Ser mais organizado
“Os homens tendem a ser mais desorganizados com os treinos, e, assim, acabam fazendo o que dá na telha na hora – e normalmente fazem mais do que estava prescrito, podendo até se machucar”, comenta a treinadora Isadora Martins, formada em educação física pela Unesp e pós-graduada em treinamento desportivo pela Unifesp ( SP). Em geral, elas são mais detalhistas e sistemáticas não só com os treinamentos, mas com tudo que envolve a corrida: exames médicos, nutrição, cuidados com roupas e calçados. O resultado é óbvio: muito menos chances de ter problemas.
Mais tenacidade
“Percebemos que elas normalmente têm a cabeça mais forte, e são mais resistentes. Os homens tendem a ser mais ‘manhosos’ e menos resistentes a dores e lesões”, avalia Isadora. Essa resistência pode explicar, em parte, o sucesso das mulheres em ultramaratonas, provas duríssimas em que a diferença de tempo entre os sexos é menor e até irrisória em algumas provas, o que permite que a disputa seja passo a passo, algo que não é possível em provas mais curtas.