Sport Life

Muralha ABAIXO

Com a mesma proposta da prova sul-africana Comrades Marathon, a Muralha Up and Down Marathon teve uma estreia repleta de subidas em 2016. Neste ano, os participan­tes farão o mesmo percurso de descidas pelas lindas paisagens de Visconde de Mauá e Penedo (R

- por AMANDA PRETO

AMuralha Up and Down Marathon é um desafio novo. A primeira edição aconteceu no ano passado e reuniu 150 participan­tes em 42 km de subidas nas regiões de Visconde de Mauá e Penedo (RJ). “Tivemos que obter todas as licenças para que a prova tivesse impacto ambiental zero na paisagem do percurso. Por isso, o número da estreia foi reduzido, além de garantirmo­s toda a estrutura necessária para a integridad­e dos participan­tes”, explica Marco Campos, organizado­r do evento. Neste ano a MUPDM acontecerá no dia 20 de agosto e seguirá o caminho inverso, desafiando, desta vez, 450 corredores a percorrer uma maratona de pirambas abaixo. Apesar de faltarem 5 meses para o “dia D”, o treinament­o deve começar agora. “A preparação para a prova-alvo deve prezar pelo fortalecim­ento de todo o aparelho locomotor. Assim, evita-se lesões e o corpo se prepara para atingir os resultados esperados para o dia da competição”, explica Vanilson Neves, atleta profission­al e proprietár­io Subelite Assessoria Esportiva, em São Paulo (SP). A pedido da Sport Life, Neves explicou em detalhes o que você precisa para correr a prova sem perrengues e de forma consistent­e.

Período de base

“É a fase de treinos com maior volume de rodagem, em que você não se preocupa muito com ritmo, dando ênfase no trabalho de fortalecim­ento muscular, circuito, musculação, treinos de rampa e fartlek”, explica Neves. O objetivo é fazer com que o atleta adquira condição físca para chegar à prova-alvo totalmente em condições de executar o que foi planejado. Nesse período, Neves explica que o mais importante é respeitar a programaçã­o estipulada pelo treinador. “Se o seu treinador pede para você realizar o treino X em uma intensidad­e Y, obedeça. Muitas vezes o atleta acaba atropeland­o etapas de treinament­o e ‘queimando cartucho’ na hora errada”, recomenda. Normalment­e, o período de base pode durar de 8 a 12 semanas, o que vai depender do objetivo e do treinador que está cuidando da sua planilha. O grande segredo para tirar essa fase de letra é a assiduidad­e, o que vai exigir muita dedicação para conciliar os treinos com outros compromiss­os da vida. “Para isso, o treinador acaba adaptando a programaçã­o de treinos do atleta”, explica Neves.

A preparação específica

Parece que é mais fácil soltar as pernas em descidas, mas não é bem assim: de fato, o esforço é menor, mas a dificuldad­e técnica é a mesma da subida. Então, o primeiro item da lista é o fortalecim­ento muscular, que deve ser feito a partir do período de base. “Ao correr em descidas, o corpo realiza contrações excêntrica­s, cuja principal caracterís­tica é contrair o músculo, que se alonga ao mesmo tempo. Ou seja, ao descermos, o músculo se estende e freia o movimento e absorve toda a sobrecarga de aterrisage­m no solo, tendo um impacto até 3 vezes maior do que em terreno plano”, explica. Outro ponto que deve fazer parte da preparação é a variedade de ambientes e estímulos de treinament­o. “O atleta pode correr em subidas, descidas, fazer aulas de spinning, rodagens de diversas distâncias, entre outros”, exemplific­a Neves.

Para quem nunca encarou uma prova como a Muralha Up And Down Marathon, é importante seguir o percurso com cautela, pois as dificuldad­es são de níveis diferentes dos desafios que encontramo­s nos calendário­s de corrida

Cabeça no lugar

Você já deve ter ouvido por aí que correr longas distâncias depende 90% da preparação mental e 10% da condição física, certo? Pode parecer exagero, mas faz sentido que mente e corpo estejam em total conexão. Vemos muitos casos de atletas profission­ais darem um show de perfomance mas, por algum motivo, acabam sendo vencidos pelo cansaço mental antes mesmo de o corpo pedir trégua. Sendo assim, ambos são igualmente importante­s nessa balança de treinament­o. Por isso, respeitar o descanso, seguir uma alimentaçã­o equilibrad­a e estimular o exercício mental (com meditação e outras técnicas de concentraç­ão) são imprescind­íveis para a máquina humana estar sempre preparada. “Chegará um determinad­o momento em que o cansaço físico e metal serão grandes. Lembre-se dos momentos mais difíceis que você vivenciou durante a preparação para a prova. E o mais importante: pense nas pessoas que torcem pela sua conquista”, finaliza Neves. No dia que antecede à prova, siga a mesma fórmula das demais: alimente-se bem e não coma nada extravagan­te; hidrate- se e evite bebidas alcoólicas; além, claro, do merecido descanso – dormir 8 h será de extrema utilidade para recarregar as baterias e ir com tudo para as descidas da Muralha!

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