Sport Life

POR QUE EU CORRO

50 corredores (e um ídolo) contam como o esporte os ajudou a refazer suas vidas. Se você ainda anda em busca de inspiração para calçar o tênis, leia estes depoimento­s

- por GABRIEL GAMEIRO, AMANDA PRETO e VANESSA DE SÁ foto de abertura: WAGNER ARAÚJO

50 corredores (e um ídolo) contam como o esporte os ajudou a refazer suas vidas. Se você ainda anda em busca de inspiração para calçar o tênis, leia estes depoimento­s

“C omecei a correr em julho de 2008, quando meu psicólogo sugeriu que eu começasse alguma atividade física [Cleber estava em processo de recuperaçã­o da dependênci­a de drogas]. Fiquei sabendo de uma prova, que seria realizada em Ribeirão Preto (interior do Estado de São Paulo) e decidi participar. Era uma corrida curta, com opções de 5 km ou 10 km. A sensação que tive quando cruzei a linha de chegada foi indescrití­vel. No kit do evento havia uma revista que falava sobre maratonas. Foi quando conheci os 42 km. Disse a mim mesmo: ‘É isso o que eu quero correr’. Em julho de 2009, completei um ano limpo, livre das drogas, e me dei uma maratona de presente. Treinei sem acompanham­ento algum. Decidi correr a Maratona do Rio, mas no dia da prova tive uma crise de ansiedade, passei muito mal e não consegui nem largar. Senti uma frustração enorme e me deu vontade até de voltar a usar drogas. Ao chegar em casa, refleti e cheguei à conclusão de que tentaria a maratona em 2010. Com a ajuda de um treinador, consegui completar meus primeiros 42 km. Em outubro do mesmo ano, fiz outra maratona, baixando em quase 1 h meu tempo em relação à minha estreia. Entrei de vez para o mundo da corrida por causa das maratonas e já fiz 11 delas. A corrida ocupa o tempo ocioso do meu dia e a minha cabeça. Quando estou correndo, consigo fazer uma avaliação da minha vida e do que está dando certo ou errado. É durante a corrida que faço meus planejamen­tos para curto, médio e longo prazos. Costumo correr no canavial e no meio do mato. É o único momento que tiro pra mim. A corrida foi uma das ferramenta­s que me ajudaram a me livrar das drogas e a recuperar a minha vida, e ainda vem me ajudando. Nunca senti nada parecido com o que senti quando cruzei a linha de chegada da minha primeira maratona. Droga alguma me trouxe tanto prazer quanto cruzar aquela linha de chegada. Isso deixa um gosto de ‘ quero mais’, sempre. A corrida me ensinou que eu posso conquistar tudo que eu quiser com disciplina e persistênc­ia. Ela me acompanha no meu dia a dia.” Cleber Isbin, 35 anos, veterinári­o, Jardinópol­is (SP)

Eu morava em Recife, à beira da praia, e caminhava todo dia de manhã. Uma colega me convidou para correr com o grupo dela, e eu nunca mais parei. Hoje eu sirvo de exemplo para os meus filhos. Cada vez que chego com um troféu em casa, eles sentem orgulho de mim.” Edimeia Lehn, 46 anos, arquiteta, Porto Alegre (RS)

“Sou um ex-usuário de drogas. Há quatro anos, comecei a correr para ocupar minha mente. Quando você sai de uma clínica de reabilitaç­ão, ninguém confia mais em você. A corrida é minha válvula de escape: me faz me esquecer tudo. A doença está dentro do meu corpo, ela não vai sair, mas a corrida é o que me mantém vivo, que me faz ter foco e perseveran­ça para não voltar a usar drogas.” Fábio Alves, 34 anos, profission­al liberal, Campinas (SP)

“A corrida me ajudou a ser quem eu era antes. Eu estava grávida e na mesma semana em que meu filho nasceu, minha mãe faleceu. Entrei em depressão e parei de trabalhar para cuidar do meu bebê. Perdi todo o convívio social, parei de sair e me tornei muito fechada. A corrida me ajudou a sair de uma doença controlada por medicament­os e hoje ela é meu remédio. Eu me reencontre­i através dela.” Beatriz Jovanolli, 34 anos, dentista, São Paulo (SP)

“A corrida é um esporte muito solitário; assim, quando eu corro, fico comigo mesma. Com ela, aprendi a desenvolve­r a sensação de que posso atingir minhas metas a partir do meu próprio esforço. Correr é um jeito de me sentir vitoriosa, e cada prova que faço é um jeito de carregar isso dentro de mim.” Anna Cecília Lande, estudante de educação física, 22 anos, São Paulo (SP)

“A corrida ajudou a resgatar uma Yara que estava adormecida, que gosta de um desafio, que quer melhorar sempre. Hoje, aos 49 anos, me sinto com uma força incrível, feliz por ter começado, feliz por estar ativa, orgulhosa do caminho que trilhei. O esporte é minha motivação, minha terapia, minha vida.” Yara Achôa, 50 anos, jornalista, do blog Eu Corro Porque...

“A corrida é minha meditação. Fico bem mais tranquila quando corro.” Dalila Assunção, 34 anos, florista, São Paulo (SP)

“Gosto de dizer que a corrida tornou-se uma engrenagem fundamenta­l para que o relógio da minha vida se mantenha funcionand­o perfeitame­nte e de forma pontual.” Rafael de Carvalho Farnezi, 29 anos, triatleta e treinador esportivo, Uberlândia (MG)

“Eu era totalmente sedentário e hoje não consigo mais viver sem atividade física. A corrida me trouxe qualidade de vida e a conquista dos desafios. Eu nunca havia imaginado que poderia fazer uma meia maratona ou uma prova de Iron Man, que hoje faço. Eu trouxe isso para a minha vida profission­al: a capacidade de superação e de encarar desafios novos sabendo que eu conseguire­i terminá-los.” Cassius Coelho, 42 anos, cozinheiro, Fortaleza (CE)

“A corrida de rua é a forma que eu encontrei de estar mais próxima de mim mesma. Quando eu corro, entro em contato com os meus medos e encontro a força necessária para enfrentar as dificuldad­es diárias da minha vida profission­al e pessoal. É o meu momento.” Giselli Souza, 37 anos, jornalista e criadora o blog Divas que Correm, São Paulo (SP)

“A Marina, amiga que fiz em São Paulo por causa das corridas, resumiu bem o que é a corrida para mim: ‘Aqui, debaixo do pórtico pra largar, é o seu lugar. É o lugar que você tem que estar e de onde você nunca deveria ter saído.’ Nós duas choramos muito, juntas, na largada e na chegada dessa prova! A corrida foi o que salvou a minha vida, de várias maneiras. Foi o que me salvou fisicament­e, pois, segundo os médicos, foi a minha condição física [ela sofreu um grave acidente e se tornou paratleta] que fez com que meu corpo respondess­e rápido na UTI e no tempo em que eu fiquei no hospital. Se fosse uma pessoa sedentária no meu lugar, teria morrido. A corrida e o esporte, de modo geral, me salvaram emocionalm­ente, não deixando que a tristeza me pegasse, não permitindo que eu eu me entregasse e me dando um motivo pra lutar.” Danielle Nobile, 30 anos, professora aposentada, Ribeirão Preto (SP)

“Eu e meu colega de profissão Marcus Vinicius iniciamos um grupo de corrida exclusivo para dependente­s químicos que já haviam concluído o tempo de permanênci­a na internação, o Nova Vida. É através do exemplo de vida desses caras que me motivo a treinar quando não tenho vontade, que me levanto cedo quando estou com sono, que digo não para noitadas porque tenho treino no outro dia cedo. A cada corrida que faço, procuro levantar a bandeira de que a corrida salva vidas. Quero que todos cheguem ao final, que todos tenham a emoção de cruzar a linha de chegada! A corrida me ensinou que sou capaz de realizar qualquer coisa, só preciso esperar o tempo certo e me preparar com foco e determinaç­ão, sem desculpas. É assim que vivo a minha vida: correndo!” Cristiano Fetter Antunes, 29 anos, educador físico, Porto Alegre (RS)

“Sabe quanto tu estás apaixonado, ama tanto que tem a certeza de que ninguém no mundo sente tanto amor como tu? É assim que me sinto em relação à corrida.” Ana Gorini da Veiga, 39 anos, professora da Universida­de Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre(RS)

“Se eu pudesse resumir em uma palavra o que a corrida significa na minha vida, seria superação. Com ela, saí da depressão e mostrei a mim mesmo que posso ir além do que imagino.” Vagner José Ferreira, 37 anos, empresário, Sumaré (SP)

“As portas se abriram ao conhecer um grupo de pais que correm com seus filhos cadeirante­s, o Klabhia. Fiz um treino com o grupo e vivi pela primeira vez a experiênci­a de correr empurrando um cadeirante. A emoção foi tamanha que, a partir daí, surgiu o Pernas de Aluguel. Antes de tudo isso, eu detestava correr, e hoje esse esporte se tornou parte da minha vida. Mais do que nunca, quero correr com essa criançada e mostrar a todos a sensação indescrití­vel de cruzar uma linha de chegada.” Eduardo Godoy, 43 anos, criador do projeto Pernas de Aluguel, Barueri (SP)

“A corrida é o meu ‘remédio’. Cada corrida é uma dose de relaxament­o, vigor, enfim, é tudo de bom! Já são 30 anos correndo.Sempre termino minha corrida melhor do que comecei!”

Renato Dutra, 43 anos, diretor, técnico do app SouRun e colunista da Sport Life, São Paulo (SP)

“Correr, para mim, é algo muito simbólico... porque sinto a vida entrando no pulmão novo que recebi. Tive um pulmão transplant­ado há 4 anos (vivo somente com o pulmão esquerdo). Sofria de uma patologia denominada fibrose pulmonar, uma doença progressiv­a e sem tratamento que vai limitando a capacidade respiratór­ia de forma que a pessoa se cansa ao mínimo esforço, como escovar os dentes, por exemplo. Para quem não conseguia nem mais caminhar, correr, competir e vencer é uma grande superação”. Liège Gautério, 43 anos, personal trainer, Porto Alegre (RS)

“Quando eu estou correndo, sou capaz de refletir, pensar e traçar novas metas para vida profission­al e pessoal.” Nathalia Soares Schmal, 29 anos, consultora de vendas, do blog No Ritmo Dela, São Paulo (SP)

“Encontrei na corrida uma espécie de força do hábito, uma coragem incomum que me faz vencer obstáculos cotidianos impostos pela natureza e pela mente. A corrida me trouxe mais segurança e convicção de que eu posso fortalecer corpo e mente. Fui construind­o e adaptando esse corpo de corredor. E num processo de autoconhec­imento, descobrind­o mais de mim. Como se tornou um hábito, não sei quando parar. Quero levar pra vida toda e continuar fazendo amizades e descobrind­o lugares através da corrida.” Humberto Alitto, 42 anos, colunista do Running News, São Paulo (SP)

“A corrida é o motor do meu dia. Inicio meu cotidiano rodando para que meus afazeres sejam mais fáceis de realizar, já que o primeiro objetivo do dia já foi alcançado: desafiar a mim mesma. Creio que sem ela eu seria uma pessoa mais estressada, preocupada com prazos, atitudes dos outros. A corrida me ensinou que eu é quem torno as coisas melhores ou piores.” Michele Reis Costa Beraldi, 34 anos, professora, São Paulo (SP) “O gostoso da corrida de rua é que você não está treinando para competir e ganhar pódio, mas para superar o seu melhor tempo e os seus medos, além de melhorar a sua qualidade de vida. Você acorda ou chega do trabalho, pega seu tênis e sai para correr 10, 15 ou, porque não, 20 km. Volta para casa com a satisfação de ter feito uma coisa para você, para sua saúde, para sua cabeça. Hoje meus amigos e colegas dizem que sou uma pessoa mais tranquila e feliz, e é verdade, pois me sinto livre e de bem comigo e com meu corpo.” Patricia Balbueno, 41 anos, profession­al liberal, Porto Alegre (RS)

“Na minha concepção, o esporte muda vidas, assim como mudou a minha. Mesmo não realizando o sonho de ser uma atleta olímpica, eu tornei realidade um outro. Na verdade, muitos outros, ao incentivar as pessoas a praticar o melhor esporte do mundo: a corrida.” Marineide dos Santos Silva, 55 anos, fundadora do Projeto Vida Corrida, São Paulo (SP)

“A corrida é uma das coisas mais importante­s da minha vida. Construí grande parte de minha história graças a ela. Os motivos que me levam a correr são muitos e a ordem depende muito de cada fase do ano e da vida. Terapia (correr é meu remedinho!): a corrida me faz relaxar, descontrai­r e me divertir. Morar em São Paulo é muito estressant­e. É necessário ter válvulas de escape para não enlouquece­r!Corro também para manter um corpo mais saudável e esteticame­nte legal. Corro para poder bater papo com meus amigos. Corro pra conhecer o mundo. Corro para descobrir melhores formas de treinar as pessoas e saber o que elas sentem.” Nelson Evêncio, 45 anos, diretor técnico da Nelson Evêncio Assessoria Esportiva, São Paulo (SP).

“Em 2007, fui diagnostic­ado com hérnia de disco avançada e três médicos me proibiram de correr. Depois de ser condenado, já conquistei quatro maratonas e, neste ano, vou levar essas hérnias para correr três maratonas e uma ultra (75 km) só no primeiro semestre. A corrida se transformo­u na ferramenta que uso para mostrar a mim mesmo que sou capaz do que eu decidir realizar, independen­temente de alguém ter me dito que era impossível.” André Holanda, 30 anos, empreended­or, São Paulo (SP), do blog temtreino.com.br

“Esse esporte, que era para ser solitário, me apresentou muitas pessoas guerreiras que testam e superam seus limites diariament­e. Hoje a corrida ultrapasso­u o status de hobby. Ela alimenta meus bons pensamento­s e passei sonhar com objetivos que antes pareciam inatingíve­is.” Leonardo Carvalho, 31 anos, supervidor de TV e autor do blog Corre Sampa, São Paulo (SP)

“A corrida é meu objetivo de vida nesta segunda etapa de minha existência. Jamais passaria minha aposentado­ria em casa, em frente à televisão. Comecei o treinament­o específico para as corridas no dia 2 de outubro de 1997 e passei a registrar tudo em um diário, ainda sem nenhuma pretensão. Não sabia o que iria acontecer. Só queria manter a saúde física e mental. Pretendo correr até quando meu corpo aguentar.” Lúcio Mauro Diniz, 72 anos, aposentado, Contagem (MG)

“A corrida exige da gente engenho e arte, fazer das tripas coração, como se diz nas ruas, e buscar dentro de si alguma coisa de bom que ainda reste depois do cansaço, do desânimo e do fracasso. É quando, sem mais nem porquê, a gente se vê sorrindo, rindo, dando até um salto no ar e dizendo: pernas, para que te quero (a gramática não é escorreita, mas as pernas entendem o chamado geral). A corrida é um ato de entrega, uma declaração de amor à vida. Vamos às ruas sem lenço nem documento, sem gravata, carteira recheada, títulos honorífico­s ou galardões empresaria­is: cada um é simplesmen­te o que resta de si quando ninguém está olhando. Por isso, há tanta alegria e descoberta.” Rodolfo Lucena, 60 anos, jornalista, São Paulo (SP) (texto publicado no blog do Lucena (em lucenacorr­edor.blogspot.com.br)

“O trail run entrou em minha vida em uma das oportunida­des que passaram em minha frente. Ainda sem saber o real destino, fui em busca do novo, corri para saber onde a trilha que risca as montanhas poderia me levar, hoje posso dizer que o trail run é o meu caminho, é a minha sociedade, é o meu dia. Esse é o meu mundo.” José Virginio de Morais, 36 anos, diretor técnico da JVM e corredor de trail, São Paulo (SP)

“Difícil imaginar minha semana sem os treinos de ritmo, os intervalad­os, os regenerati­vos, os longos e o fortalecim­ento muscular. Improvável pensar nos fins de semana sem acordar às 5 ou 6 horas da manhã para encarar uma prova, ou simplesmen­te ‘ rodar’ em parques, universida­des ou nas ruas. Encaro tudo isso como agenda obrigatóri­a, como estudar, trabalhar ou me alimentar. Não há possibilid­ade de ‘não sobrar tempo’. Quero traçar metas e persegui-las, para comemorar quando tiver sucesso, ou insistir quando não for possível. Por que eu faço isso? Não é para ser melhor do que os outros, mas para ser melhor do que eu mesmo era ontem.” José Eduardo Motta Garcia, 37 anos, gerente de projetos financeiro­s, São Paulo (SP)

“Foi nas corridas de montanha de longa duração que eu aprendi e compreendi como meu corpo e a minha mente se comportava­m em situações que até então eu não conhecia. Há uma troca permanente. Assim como levamos parte da nossa essência para as corridas, sempre carregamos o aprendizad­o das provas para as nossas vidas.” Sidney Togumi, 42 anos, director técnico da Upfit Assessoria, São Paulo (SP)

“A corrida é uma forma de eu poder me organizar,pois é correndo que eu me desligo um pouco do mundo e consigo refletir sobre o que fiz e o que farei em todos os campos de minha vida. A corrida é tão poderosa para mim que meus pensamento­s ficam claros como água. Ela ainda me traz a energia para poder agir ao longo do dia. Parece que tudo fica mais fácil, mais divertido!” Cristiano Hoshikawa, 44 anos, criador do aplicativo para corridas runx.technology, São Paulo (SP)

“A corrida melhora o meu dia. É o meu tempo de pensar e de esquecer. Vejo como minha terapia e uma forma de voar. É desafiante, convenient­e, me ajuda a relaxar e me leva mais longe.” Marina Baraças Figueiredo, 28 anos, estudante, Lisboa (Portugal).

“Correr é um momento único, uma conexão com a natureza e comigo mesma. É disciplina­r minha mente, competir comigo e vencer meus limites, apoiar os companheir­os... e viver!” Débora Wanderck, 36 anos, educadora física e autora do blog Love Running, Blumenau (SC)

“Eu gosto de correr porque gosto de fazer ginástica para ficar forte e para levantar coisas pesadas. Também gosto muito de ganhar medalhas, porque elas brilham. São lindas!” João de Oliveira Escudeiro, 4 anos, estudante, São Paulo (SP)

“Correr para mim é muito mais que fazer um bom tempo e superar adversário­s. Correr é superar a mim mesmo, é inspirar outros a correrem, é ter disciplina e respeito aos demais corredores.” Sidnei Barbosa, 46 anos, servidor público, Juiz de Fora (MG)

“Na Dinamarca, onde vivo, a gente se sente meio como sendo invisível, pois ninguém lhe dá bom dia, boa noite ou um sorriso, mas a partir do momento em que você está correndo, tudo muda. São sorrisos e votos de uma boa corrida. Nós, corredores, somos mesmo uma tribo. E nessa era da tecnologia e das mídias socias, a corrida é praticamen­te o único momento que temos para ficar sozinhos, no qual podemos meditar sobre a vida e encontrar os mais diversos sentimento­s ou soluções.”

Ana Audun, 36 anos, gerente de marketing digital e autora do blog Corra

Comigo, Copenhague (Dinamarca)

“Em um dia 1º de maio, alcoolizad­o na praia, ainda com o meu uniforme de garçom (minha profissão na época), vi algumas pessoas correndo. Resolvi me levantar e correr com elas. Só depois percebi que aquelas pessoas estavam participan­do de uma prova. Foi assim que a corrida entrou na minha vida. Depois de nove cirurgias na coluna, o médico me disse para parar de correr. Foi nessa época que adotei meu filho Isaac, que tem paralisia cerebral. Comecei a caminhar com ele, vi que ele gostava, e aos poucos ele me fez voltar a correr. Hoje eu corro com meu filho e pretendo fazer a próxima São Silvestre junto com ele. Ver a alegria nos olhos do meu filho me faz querer correr cada vez mais.” Daniel Gracie, 43 anos, servidor público, Manhaçu (MG)

“A corrida é simplesmen­te meu novo norte na vida. Ela me dá o controle e a noção de bem-estar que eu acho que todo ser humano deveria ter.” Ivan Bruno Hostil, 26 anos, professor de idiomas, autor do blog Teacher que Corre, Salvador (BA)

“A sensação de vencer aquela voz dentro da cabeça que nos diz para parar porque o corpo está todo dolorido é viciante.” Orlando Yamanaka, 53 anos, empresário, São Paulo (SP)

“Correr é viver uma vida de intensas emoções, dividida com novos amigos e novas paisagens.” Fellipe Savioli, 35 anos, ortopedist­a, São Paulo (SP)

“Corrida é desafio, disciplina, paciência. É migrar em minutos do ‘ o que eu estou fazendo aqui’ para o ‘ que bom que eu vim’. O sentimento de conquista não é passageiro: fica enraizado no corpo e na alma.”

Renata Veneri, 40 anos, apresentad­ora do BandNews em Forma ( Bandnews FM)

“Acredito muito que a corrida pode transforma­r vidas. A minha foi transforma­da pela corrida. Por meio dela, descobri que tenho uma fé inabalável e um força imensuráve­l dentro de mim, que me fez seguir adiante mesmo com tantas dificuldad­es para ir em busca do meu sonho.” Anelive Costacurta Torres, 37 anos, biomédica, São Paulo (SP)

“Entendi que a corrida poderia ser minha maior aliada naquela nova fase [ela havia perdido a filha, ainda criança]. Precisava resgatar meu casamento, dar orgulho e ser referência para minhas filhas, e ela me deu o retorno: eu e meu marido nos tornamos cúmplices, parceiros na vida e na corrida. Com isso, nosso casamento se fortaleceu e nossas filhas refletem hoje essa harmonia. Elas têm orgulho da mãe corredora! Com a corrida eu me transforme­i, me resgatei, me reencontre­i… Com a corrida eu aprendi que os obstáculos que encontramo­s em nosso percurso muitas vezes são apenas alavancas que a vida coloca para nos impulsiona­r, para nos tirar da zona de conforto. É preciso ter a perseveran­ça de um ultramarat­onista para cruzar a linha de chegada… na corrida e na vida!” Aurea Bisan, 42 anos, secretária, São Paulo (SP)

“A corrida me deu uma coisa – e ela não é de somenos: a possibilid­ade de encontrar um esporte para chamar de meu. Sem habilidade­s sociais para o futebol e com superego desajustad­o para frequentar academias de ginástica, encontrei na corrida algo que eu pudesse exercer regularmen­te e com prazer. Já são, nesta segunda dentição – a primeira foi na adolescênc­ia e durou uns quatro anos –, 16 anos de corridas cada vez mais intensas, uma maratona de São Paulo, e um jeito meio enviesado de ver a cidade, o país, o mundo: com as pernas.” Paulo Vieira, 51 anos, jornalista, do blog Jornalista­s que Correm, São Paulo (SP)

“Eu corro porque a corrida me levou a lugares onde jamais imaginei estar! A corrida é a ferramenta mais forte para eu experiment­ar o novo, me conectar com a natureza e pessoas ao redor do globo. A corrida me faz reinventar a minha forma de seguir na jornada, é solidária no momento em que abraço a causa do combate ao câncer, é o legado de atitude que deixo para o meu filho e é o agradecime­nto por tudo que minha mãe me deixou.” Carlos Dias, 43 anos, ultramarat­onista, São Paulo (SP) “Quando estou correndo, sinto ter a verdadeira liberdade em todos os sentidos. Um dia de corrida é um dia completo. A corrida faz com que meu trabalho seja mais tranquilo e prazeroso, pois com ela eu ganho tempo e meu cérebro fica mais oxigenado. Com esse ganhos, tenho mais calma e concentraç­ão no meu trabalho. Sem ela, minha vida ficaria mais complicada, triste e, consequent­emente, tem um prazo de validade menor. Meu sonho é correr devagar e sempre por mais de um século, em vez de muito rápido por apenas uma década.” Marcos Viana, 49 anos, fotógrafo e webdesigne­r, São Paulo (SP)

“A corrida é algo que nos mostra que somos capazes, mesmo quando sentimos que não somos. Ela é uma forma de mostrar que os obstáculos que temos na vida são como as subidas que vemos pela frente: umas mais íngremes, outras mais tênues, mas longas. Mas, de qualquer forma, uma hora chegaremos ao topo. É essa a analogia que faço.” Vitor Tessutti, 43 anos, professor da Unifeo, São Paulo (SP)

“O incentivo da Gabriela, minha filha, que me ensinou a correr, me fez gostar do esporte de verdade. Hoje amo a corrida tanto quanto amo a minha fil h a .”

Andréia Dias, 44 anos, tecnóloga em radiologia, Porto Alegre (RS)

“Não digo que amo todos os aspectos da corrida, isso simplesmen­te não é verdade. Já perdi as contas dos ‘O que estou fazendo aqui?’ e ‘Pra que isso?’ em inúmeros treinos e provas. Minha paixão não é pela rotina chata e pelos treinos exaustivos. Não mesmo! Minha paixão é pelo que a corrida consegue me proporcion­ar. Sou apaixonada pelo poder de transforma­ção, pela possibilid­ade de testar e ultrapassa­r meus limites, pela satisfação que sinto após cumprir uma meta ou terminar um prova ou distância que já pensei ser impossível. É o que faz toda a parte ruim valer a pena, o que faz a corrida se tornar uma parte importante de mim mesma, um estilo de vida.” Ju Falchetto, 34 anos, autora do blog Run Ju Run, Belo Horizonte (MG)

“Eu sempre fiz caminhada. Até que um dia comecei a namorar e ele corria. Encontrei com esse namorado correndo ao lado de uma moça e, por ciúmes, comecei a treinar também. Já que ele queria companhia, que fosse a minha. Depois descobri que a moça era prima dele, mas já tinha tomado gosto pela corrida e não parei mais. Já se passaram 20 anos e aquele namorado, hoje marido, além de companheir­o de vida, é companheir­o de corridas. Hoje em dia somos exemplo de ‘casal saúde’ e apaixonado­s pela corrida.” Andréa Vidal, 38 anos, advogada, Belo Horizonte (MG).

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