Uso do trichogramma divide agricultores
O uso do trichogramma para combater a praga do cartucho do milho que tem atacado as plantações divide agricultor. Alguns, ouvidos pelo A NAÇÃO mostram-se confiantes, enquanto outros têm dúvidas sobre a eficácia do mesmo.
Sidney Soares, residente em Tarrafal de Santiago diz que os agricultores da localidade de Bimbirim aplicaram o produto disponibilizado pelo Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) para cobater as pragas mas não surtiu efeito porque as plantas praticamente desapareceram.
No que diz respeito ao uso do Trichogramma para combater a praga do cartucho do milho, Sidney Soares considera ser uma boa iniciativa e mostra-se aberto a colaborar no que for preciso uma vez que o outro produto tem sido pouco eficaz .
Por sua vez, Fernando da Veiga “Pina”, conhecido agricultor de regadio no concelho de São Lourenço dos Órgãos, diz que uso do trichogramma é uma boa solução.
“No ano transato já o tinham colocado e surtiu grandes efeitos. Agora pecam pela demora, uma vez que em alguns lugares a cultura está muito danificada. O uso do trichogramma é melhor do que aqueles remédios que têm estado a usar para combater as pragas, porque os pesticidas colocam em risco a saúde das pessoas, uma vez que são muito tóxico”.
Já Benildo Furtado, residente em Espinho Branco, no município de São Miguel, considera que este ano há menos pragas quando comparado com o ano passado. Mas, segundo diz, “as medidas tomadas não são o suficiente para as combater”, porque, o remédio ministrado pelos técnicos “não anda a surtir grandes efeitos no combate às pragas”.
Quanto ao uso do trichograma, Furtado diz que ainda falta “algumas questões por responder”, nomeadamente, se não vai “causar um outro tipo de dano para o cultivo”, uma vez que não conhecem o trichogramma e nem o seu “comportamento”.
Partido Popular ( PP) critica actução do MAA
O presidente do Partido Popular ( PP), Amândio Barbosa Vicente, considerou “demagogo” o ministro da Agricultura e
Ambiente, Gilberto Silva, pela sua actuação no âmbito das campanhas contra as pragas que têm afectado os agricultores no país.
Amândio Barbosa Vicente diz que as pesticidas utilizados no país para dar combate às pragas são “fracas” e “ineficazes” para o trabalho que se quer fazer, visto que no ano passado aconteceu a mesma coisa e sem resultados.
“Se o ministro escutasse o conselho que os outros lhe dá, os agricultores cabo-verdianos não teriam esse problema em mais um ano agrícola em que os gafanhotos e lagartos já estão a dar cabo das suas plantações”, disse.
Vicente fez essas declarações à Imprensa no final da reunião quinzenal do seu partido.