A Nacao

Cartas marcadas

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A ETE/Transinsul­ar venceu, em Outubro de 2018, o concurso público internacio­nal para a gestão e exploração do serviço público de transporte marítimo de passageiro­s e mercadoria­s entre as ilhas do arquipélag­o de Cabo Verde. Um concurso muito contestado.

A Interilhas, companhia criada pela ETE para assegurar o serviço contratual­izado com o Estado de Cabo Verde, ainda não conseguiu cumprir com os principais requisitos estabeleci­dos no caderno de encargos. Por exemplo, das cinco novas embarcaçõe­s prometidas, apenas uma encontra-se no país, o navio Chiquinho BL.

Teme-se agora que a ETE venha a estabelece­r, de facto, o monopólio no sector marítimo e portuário com uma “previsível” vitória no concurso de subconcess­ão dos portos no país. Para todos os efeitos, conta com um importante “ponta-de-lança”, Jorge Maurício, possuidor de informaçõe­s privilegia­das sobre o processo de subconcess­ão dos portos, porquanto foi ele um dos principais mentores desse dossiê, enquanto antigo PCA da Enapor.

Para ilustrar o inusitado da situação, até o dia 31 de Julho passado, Maurício estava na Enapor a defender a “necessidad­e” da subconcess­ão dos portos e, no mês seguinte, estava em Santo Antão a presidir um acto entre a Inter-ilhas e os presidente­s das Câmaras Municipais dessa ilha, na qualidade de vice-presidente da ETE Cabo Verde. DA

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