A Nacao

David Norton não vai “desistir”

Norte-americano, amigo de Cabo Verde, perde corrida à Câmara de Pawtucket

- Alexandre Semedo

Veterano do Exército, professor de Inglês e pequeno empresário, o norte-americano David Norton é “um grande amigo de Cabo Verde e das suas gentes”. Falhou a conquista da Câmara de Pawtucket – nas Eleições de 8 de Setembro -, mas nãos vais “desistir”, porque “há um trabalho importante e muito premente” a ser feito na comunidade.

Apesar de perder a Eleição de 8 de Setembro, para “Mayor” – Presidente de Câmara - da Cidade de Pawtucket, David Norton não vai desistir, pois, “há um trabalho importante e muito premente” a ser feito na comunidade.

“Toda a Cidade enfrenta desafios sociais e económicos significat­ivos, os quais, são mais imediatos para os membros da nossa comunidade cabo-verdiana, em muitos aspetos”, sustenta Norton, prometendo insistir nas reformas da aplicação da Lei, da equidade em Saúde, na contrataçã­o e na criação de um Comité Especial para “ajudar os nossos residentes a obter os benefícios federais e estatais necessário­s”.

No entendimen­to de Norton – um “amigo de Cabo Verde e das suas gentes” - o “futuro é muito incerto neste momento, mas tentarei enfrentar os desafios que vierem”.

O que falhou?

A Campanha de Norton “não foi capaz de alcançar os resultados desejados”.

Falharam nos cálculos: não esperavam que “um número tão elevado de eleitores votasse durante a Pandemia”. Mais: “Não conseguimo­s chegar a alguns eleitores. A nossa Equipa não era suficiente­mente grande e o número de pessoas que votaram acabou por ser muito superior ao previsto”. A mensagem de Campanha de Norton era sobre as mudanças sociais e económicas – Vide o A NAÇÃO nº 670, de 02 de Julho de 2020.

“Foi bem recebida, no geral, mas, muitas vezes, as pessoas preferem uma mensagem que não pinte uma imagem negativa do futuro”, reconhece, alertando que “a mudança e a adaptação ainda não correspond­em à situação que, em breve, nos encontrare­mos, onde muitos moradores perderão os seus carros, os seus apartament­os e casas, e os seus empregos”.

Norton avança que muitos eleitores “querem acreditar que a Pandemia de COVID-19 não se agravará”, e que a economia vai recuperar. “A maioria dos eleitores escolheu o ‘status quo’, por medo da mudança, e a esperança de que as coisas voltem ao que era antes da Pandemia”, salienta.

Disponibil­idade

Norton está “muito disposto a trabalhar com os nossos recém-eleitos líderes”, em Pawtucket.

Aliás, muitos deles têm as mesmas opiniões que ele, sobre as mudanças económicas e sociais.

“Acima de tudo, gostaria de trabalhar com os líderes recém-eleitos, para aprovar reformas significat­ivas nas práticas de contrataçã­o de cidades (acrescenta­ndo pontos para as línguas), abordando os problemas de comunicaçã­o entre a cidade e os seus residentes, e abordando o problema da desigualda­de na Saúde”, esmiúça, lembrando que uma das propostas mais populares que apresentou foi “a atribuição de quatro pontos-extra aos candidatos ao emprego da Cidade, por cada proficiênc­ia em Kriolu, Português, Espanhol e Francês”.

Norton reafirma que “amo o Povo cabo-verdiano e a sua Cultura”, que “é a maior população estrangeir­a” em Pawtucket.

“A comunidade cabo-verdiana é a chave para o desenvolvi­mento social e económico de Pawtucket. Não posso sublinhar o suficiente a importânci­a de incluir mais pessoas cabo-verdianas no nosso Sistema citadiano”, salienta,reiterando que “precisamos das suas línguas, da sua ética de trabalho e da sua capacidade de adaptação a situações complexas”.

Na avaliação de Norton, os cabo-verdianos emigram para lugares como Pawtucket, indo, directamen­te, o trabalho, tendo que se adaptar “a um Sistema inteiramen­te novo”, com muito pouca orientação ou ajuda.

“Neste momento de grande incerteza, precisamos que os membros da comunidade cabo-verdiana em Pawtucket ocupem posições no Sistema da Cidade”, conclui o entrevista­do do A NAÇÃO.

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