A Nacao

Fantcha prepara novos singles

- Natalina Andrade

Lançou o seu último disco em 2016. Durante a pandemia, tem aproveitad­o o tempo para fazer novas composiçõe­s, mas, para já, não há novo CD à vista. Fantcha vai, por enquanto, dividir a inspiração entre singles e um livro, que contará a sua história enquanto mulher e artista.

Fantcha se preparava para sair em tournée quando a pandemia da covid-19 parou o mundo. Entre Maio e Julho, a artista cabo-verdiana passaria por vários Estados da América, mas também por Portugal e em, pelo menos, duas ilhas de Cabo Verde.

Confinada em casa durante cerca de três meses, aproveitou o tempo para pensar num livro sobre sua trajetória enquanto mulher e artista. Uma obra que “espera poder lançar um dia”.

No que toca a música, a artista diz que, por agora, não está a pensar em lançar novo disco. Entretanto, aproveitou a quarentena para colocar no papel algumas composiçõe­s que devem ser lançadas em títulos individuai­s.

“Durante esse tempo tentei fazer alguma coisa produtiva e manter o foco no que diz respeito à música. Infelizmen­te, esta pandemia acabou por nos paralisar a todos, e nos deixou sem formas de fazer nada. Tive que cancelar tudo, incluindo um dueto que já estava agendado, em parceria com Tito Paris”, explica.

Cantora representa Cabo Verde em projecto de artista americano

Se a pandemia cancelou alguns projectos, outras portas se abriram para a artista. “No meio disso tudo, posso dizer que estou muito honrada em ser convidada por um grande artista americano do Rock N´Roll – Graham Gates – para integrar um grande projecto a nível mundial”, regozija-se.

Trata-se da gravação de uma música na qual vai participar um artista de cada país do mundo. “Eu fui a escolhida para representa­r o meu país e a minha cultura. E o que me deixa mais feliz é que ele me pediu para gravar duas versões, uma em inglês e outra em crioulo de Cabo Verde”, sublinha, esperando que a versão em crioulo seja a escolhida.

Morna, coladeira e quem sabe um dia Sanjon

Natural de São Vicente, Francelina Durão Almeida, ou Fantcha, iniciou sua carreira na música nas noites de Mindelo, ao lado de Cesária Évora, o que aliás lhe rendeu o título de “mulher da noite”, como já assinalou em entrevista­s anteriores. O seu último disco, “Nos caminhada”, carrega o nome da música na qual homenageia a amiga e colega de palco na década de 1980.

Desde então a viver nos EUA, a artista já fez tournées por todo o território norte-americano, mas também na Europa. Uma das suas músicas, intitulada “Sol já cambá”, fez parte da trilha sonora da série americana “The L Word”, no ar entre 2004 e 2009, sobre a vida de um grupo de amigas lésbicas e bissexuais, que viviam em Los Angeles.

Entre os grandes marcos da sua carreira, Fancha já destacou um concerto no Hollywood Bowl, para quase 20 mil pessoas. Foi a primeira artista cabo-verdiana a pisar aquele palco, seguida de Cesária Évora.

Com uma carreira marcada pelos ritmos da morna e da coladeira, Fantcha não descarta um dia se aventurar nos ritmos quentes do Sanjon. O seu primeiro disco, “Boa viagem”, data de 1988 e foi seguido de “Criolinha” (1998), “Viva Mindelo” (2001), “Amor, Mar e Música” (2009) e “Nôs Caminhada” (2016).

Tendo em conta a pandemia e o período difícil pela a qual atravessa a classe artística, Fantcha deixa uma mensagem de positivida­de e incentivo. “Acreditar que dias melhores virão”.

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