A Nacao

Tesoura nas despesas públicas

- ao nível da despesa”.

A proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2021 propugna cortes significat­ivos nas despesas públicas. Ficam suspensas as contrataçõ­es de consultori­a, assim como cursos, workshops e simpósios. Será vedada a aquisição de móveis, imóveis e veículos e será reduzida a frota automóvel. As despesas com o pessoal e com pensões permanecem intocáveis.

OGoverno não tem muita margem para cortar nas despesas públicas e, por isso, decidiu cortar nos gastos não indispensá­veis. Contudo, há despesas fixas e obrigatóri­as que representa­m 96 por cento (%) do total das despesas com financiame­nto do Tesouro e da ajuda orçamental e que não podem ser reduzidas.

Destacam-se a despesa com pessoal (com um peso de 43%) e pensões (19%); Fundo de Financiame­nto Municipal (11,9%), despesas contratual­izadas (12,3%) e serviço da dívida (com um peso de 11,5%).

Essa “rigidez” das despesas fixas e obrigatóri­as, conforme a proposta de OE para 2021, diminui espaço para a adopção de medidas susceptíve­is de redução discricion­ária a curto prazo, mas que “se torna imperativa no contexto actual, em que a base de incidência dos impostos foi e está a ser inevitavel­mente afetada pela crise sanitária e económica provocada pela covid-19”, porquanto as necessidad­es de financiame­nto para dar resposta à essa pandemia, “continuam a pressionar as contas públicas”.

Para tentar aliviar essa pressão, a proposta do OE para 2021 decidiu cortar lá onde era possível cortar na despesa com o pessoal, suspendend­o a reestrutur­ação, revisão e implementa­ção dos Planos de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), impedir a atribuição de subsídios e suspender os concursos de recrutamen­to na administra­ção pública.

Ficam também suspensas as despesas públicas decorrente­s da celebração de novos contratos de arrendamen­to de imóveis e de aluguer de veículos e terciariza­ção de servi

Daniel Almeida

ços de transporte destinados à instalação e ao funcioname­nto dos órgãos e entidades, bem como para o transporte de servidores públicos no desempenho das suas funções que implique em acréscimo de despesa.

Ficam também suspensas a contrataçã­o de consultori­a e a contrataçã­o de cursos, seminários, workshops, simpósios e outras formas de capacitaçã­o e treinament­o de serviços públicos que demandem o pagamento de inscrição, aquisição de passagem aérea nacional e internacio­nal e concessão de diárias e verbas de deslocação.

A frota automóvel será reduzida, com a atribuição de viaturas apenas para órgão de soberania, membros do Governo, serviços de fiscalizaç­ão e de resposta sanitária. Serão também reduzidas, as verbas previstas com honorários, consultori­as, estudos e outras assistênci­as técnicas, em 40% face ao Orçamento Rectificat­ivo de 2020.

Serão também adoptadas medidas no sentido de reestrutur­ar alguns serviços do Estado, “gerando ganhos de eficiência, mas também de racionaliz­ação de recursos e poupança

Extinção de serviços

Com isto, será extinto a Direção Geral do Turismo, permitindo a sua integração na estrutura do Instituto Turismo. O Fundo do Ambiente será fundido com o Fundo de Água e Saneamento e será reavaliada a pertinênci­a estratégic­a das representa­ções consulares, “de acordo com as reformas em curso ao nível da transforma­ção digital das missões diplomátic­as de Cabo Verde no exterior”.

Relativame­nte aos investimen­tos públicos, segundo o documento, as verbas serão disponibil­izadas para efeito de conclusão dos projectos em curso, não podendo ser inscritos novos projectos de obras. Isto tendo em conta tratar-se do último ano de implementa­ção do Plano Estratégic­o de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (PEDS) 2017-2021.

Conforme o OE para 2021, as medidas de redução de despesa serão adoptadas pelas empresas e agências reguladora­s e poderão, “com devidas adaptações”, serem adoptadas pela administra­ção local.

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