A Nacao

Augusto Neves por um fio

PAICV sob brasa: Críticos pedem cabeça de Alcides Graça Pós-autárquica­s: Independen­tes prometem continuar contra domínio da máquina partidária

- João Almeida Medina e Redacção

AUCID e o PAICV poderão juntar-se na formação de um “bloco único” contra o MpD e Augusto Neves na Câmara Municipal de São Vicente. A poucos dias de começar a posse dos novos órgãos do poder local, eleitos a 25 de Outubro, até ontem, pelo menos, não era clara de que forma esse “bloco único”, a formar pela UCID e o PAICV, irá constituir-se e funcionar.

Cada um com os seus motivos, Augusto Neves surge como um autarca politicame­nte isolado. António Monteiro, líder da UCID, segunda força política mais votada em São Vicente, admitiu negociar com o MpD a nível nacional, com a condição de Augusto Neves não fazer parte das conversaçõ­es.

Da parte do PAICV, um alto dirigente assegurou ao A NAÇÃO

que esse partido descarta qualquer negociação com Augusto Neves, tendo em conta a sua postura “arrogante” e de permanente “hostilidad­e” em relação ao PAICV.

Por seu turno, o líder do PAICV em São Vicente, Alcides Graça, que está a ser criticado por adversário­s internos, manda dizer aos seus críticos que o mais importante neste momento “é ter maturidade política suficiente” para encontrar a solução para governar São Vicente, onde o seu partido elegeu dois vereadores, a UCID três e o MpD quatro.

Ao A NAÇÃO, Alcides Graça não descartou um acordo com a UCID para encontrar equilíbrio­s tanto na Câmara Municipal como na Assembleia Municipal. Possibilid­ade essa que o presidente da UCID, António

Monteiro, admitiu também em entrevista à Rádio de Cabo Verde no início desta semana.

As negociaçõe­s parecem estar numa fase ainda embrionári­a mas, ao que tudo indica, nem o PAICV nem a UCID não se mostram dispostos a facilitar a vida a Augusto Neves (MpD). O mais provável é que o PAICV e a UCID avancem para um “bloco único” de cinco vereadores contra quatro do MpD e montar uma espécie de executivo camarário e uma assembleia não-alinhados com o edil eleito.

Nesse caso, Augusto Neves ficaria numa posição muito frágil, pois, não tendo maioria para aprovar nada nem na Câmara Municipal nem na Assembleia Municipal, teria de se submeter aos “caprichoso­s” dos seus opositores. Não sendo Neves político para esse tipo de amarras, sobretudo por parte de quem já o catalogou de corrupto, a tensão política tende a subir de tom. Os dias próximos indicarão a que nível esta tensão poderá chegar.

A posse dos novos órgãos do poder local começa já na segunda-feira, 9, estender-se-á até o dia 20. Até lá terá de ser encontrada uma “solução” para governar São Vicente, a segunda mais importante câmara do país.

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