O retrato de um país virado para o Índico
Moçambique tornou-se independente de Portugal em 1975, ao fim de uma luta armada conduzida pela Frelimo, liderada por Samora Machel (1933-86). Em pouco tempo estourou uma guerra civil de vários anos, protagonizada pela Renamo, de Afonso Dhlakama (19532018).
A descoberta recente de campos de gás na costa de Moçambique em 2011 deve levar a grandes transformações na economia de uma das nações mais pobres da África. Mas, apesar do recente crescimento económico, mais da metade dos 24 milhões de moçambicanos continuam a viver abaixo da linha da pobreza.
Actualmente, 37% da população vive em área urbana, grande parte na capital Maputo; a ausência da autoridade do Estado nas zonas mais distantes do país é um dos factores que explica a concentração da riqueza na capital; a expectativa de vida de homens e mulheres não passa de 60 anos e a taxa de fertilidade gira em torno de cinco crianças nascidas para cada mulher em idade reprodutiva.
O sector de serviços representa mais da metade do PIB (soma de todas as riquezas produzidas) do país, com 57% do total, seguido da agricultura (24%) e da indústria (19%). E os principais produtos de exportação são: briquete de carvão, coque, alumínio e gás, principalmente para Índia, Holanda e África do Sul.
Segundo dados do governo, a língua oficial do país é o português, falado por 17% da população, mas a mais falada é a makhuwa, por 26% dos moçambicanos. Juntas, as religiões cristãs são dominantes na população (católicos, 27%, cristãos sionistas, 16%, e evangélicos, 15%). O islamismo é praticado por 19% dos habitantes.