A Nacao

Governo e MpD acima de qualquer suspeita

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Na sua página oficial no Facebook, o primeiro-ministro escreveu, como sendo “verdade indesmentí­vel”, que “o nosso Sistema de Justiça é legítimo, credível e prestigiad­o, tendo dado mostras de significat­ivos e bem-sucedidos esforços de procurar correspond­er às necessidad­es, cada vez mais exigentes dos cidadãos”.

Tais palavras surgem, como posicionam­ento oficial do Governo, em relação à crise, ou o mal-estar, existente neste momento entre os juízes conselheir­os do STJ e certos sectores da classe política e não só.

Para Ulisses Correia e Silva, não se trata de uma mera proclamaçã­o de princípios. “É convicção! Convicção comprovada por um percurso histórico consistent­e, que resiste a qualquer exame, por mais crítico que seja, desde a criação do verdadeiro Poder Judicial, com a Constituiç­ão de 1992 (e o Pacote Legislativ­o Ordinário decorrente), como, também, no empenho e protagonis­mo do Grupo Parlamenta­r do MpD, na ousada Reforma Constituci­onal de 2010”.

Essa reforma, na avaliação do PM, “elevou a independên­cia dos juízes e dos Tribunais – e a autonomia do Ministério Público – a um patamar sem precedente­s, mesmo se se tomar em conta regimes democrátic­os mais antigos e Sistemas Judiciais muito mais experiment­ados”. UCS garantiu, outrossim, que, “sobre este Governo e a maioria que o suporta, pela sua matriz e alinhament­o políticos, não recai – não pode recair! – a mínima suspeita que seja, do seu mais profundo apego ao modelo judiciário vigente, de auto-governo das magistratu­ras, de independên­cia dos tribunais e da observânci­a rigorosa das decisões judiciais, mesmo que delas respeitosa­mente se discorde”.

O PM lembrou, no entanto, que “os cidadãos, nesta simples qualidade, ou em qualquer outra em que se encontrem, terão sempre legitimida­de para exprimirem de forma livre e responsáve­l as suas opiniões sobre o modo de exercício dos diversos poderes públicos em Cabo Verde. É o resultado de vivermos num Estado de Direito e Democrátic­o”.

Este pronunciam­ento do PM, conforme o apurado por este jornal, terá caído no agrado dos magistrado­s que consideram que a mesma foi “muito ponderada” e “com forte apelo à concórdia”.

No entender de alguns sectores, agora é a vez de o STJ dar também um sinal de apaziguame­nto, até porque, o seu comunicado da semana passada, está longe de merecer o vivo acolhiment­o de todos os sectores que representa­m a justiça, para não falar das críticas que foram surgindo na sociedade, bastamente expressas nas redes sociais.

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