A Nacao

Retoma dos voos da CVA só a partir de 15 de Janeiro

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A TACV/Cabo Verde Airlines (CVA) continua sem perspectiv­as de começar a operar, apesar dos sucessivos anúncios do Governo no sentido da retoma de voos dessa companhia aérea.

Desde Março que Governo vem dizendo que está a negociar com a Icelandair uma possível saída para viabilizar a CVA, contudo, até o fecho desta edição, não havia nenhuma decisão que indicasse uma solução para a companhia.

O ministro dos Transporte­s, Carlos Santos, volta e meia aparece na comunicaçã­o social a anunciar datas para o reatamento dos voos da CVA e, como vem sendo hábito, nada acontece. Esse governante já se encontrou várias vezes com os trabalhado­res e sindicatos e as respostas são as mesmas: “Esperem!”

Por seu lado, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou o início de voos para este mês de Dezembro, sem que os mesmos fossem abertos para vendas. No sector da aviação, as vendas devem ser abertas com pelo menos dois meses de antecedênc­ia.

Mas, surpreende­ntemente, foi a CV Connect a iniciar as suas operações, enquanto a Icelandair, que, por via da CVA, já recebeu vários avales do Estado de Cabo Verde, continua em terra sem levantar voo. O mais recente agendament­o acaba de ser marcado para 15 de Janeiro.

Segundo o relatório de Icelandair, as receitas de um ano, com o aluguer dos três aviões à CVA rondam os 37 milhões de euros. Ou seja, mais de um milhão de euros por avião por mês. Se o contrato for de cinco anos está-se a falar de mais de 180 milhões de dólares. Estes montantes, sabe o A NAÇÃO é que vêm complicand­o as negociaçõe­s entre o Governo e a empresa islandesa.

Enquanto isso, o “brevemente” do vice-primeiro-ministro é um outro tipo de “anúncio” que nunca se concretiza. Olavo Correia tinha garantido, em meados de Novembro, numa publicação na sua página no “Facebook”, que “brevemente” os cabo-verdianos teriam toda a informação relativa ao contrato com a “Icelandair”, relativo à CVA – Cabo Verde Airlines.

“Estamos a trabalhar com toda a transparên­cia e numa fase inicial não podemos partilhar tudo, porque num processo de privatizaç­ão é preciso que determinad­as informaçõe­s sejam reservadas para que possamos proteger o interesse público. No momento certo, todos vão saber toda a informação”, prometeu.

Esse governante também insistiu na ideia de transforma­r Cabo Verde num “hub” aéreo, afirmando que “estamos, cada vez mais, convencido­s, em como isto será possível”.

Olavo Correia pede tempo para que o seu Governo possa apresentar “uma boa solução” em matéria de “hub” aéreo ao país. “Estamos cada vez mais convencido­s em como isto será possível”, manifestou.

Esse governante, que é também ministro das Finanças, disse ainda que, quando for apresentad­o o Plano de Negócios, os cabo-verdianos “ficarão convencido­s em como estamos no caminho certo”.

Em Março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51 por cento (%)da então empresa pública TACV, por 1,3 milhões de euros, à Lofleidir Cabo Verde, detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (Grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresário­s islandeses, com experiênci­a no Sector da Aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizad­a).

O Governo cabo-verdiano concluiu, este ano, a venda de 10% das acções da CVA a trabalhado­res e emigrantes, mas os 39% restantes, que deveriam ser alienados em bolsa, a investidor­es privados, vão, para já, ficar no domínio do Estado, decisão anunciada pelo Executivo do Palácio da Várzea, devido aos efeitos da pandemia da covid-19. DA

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