A Nacao

Fátima Coronel passa à reforma e é homenagead­a por magistrado­s

- Daniel Almeida e José Vicente Lopes

A juíza presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria de Fátima Coronel, passou esta semana à reforma. Nesta sexta-feira, um grupo de magistrado­s dois dois “ministério­s”, Judicial e Público, vão homenagear Coronel pelos seus mais de trinta anos de serviço à Justiça. Até que seja eleito o novo presidente do STJ, o juiz-conselheir­o Benfeito Mosso Ramos assume a “gestão” dessa instância.

Ahomenagem a Fátima Coronel está prevista para esta sexta-feira, às 16 horas, no Palácio de Justiça, na Cidade da Praia, e parte de um grupo de magistrado­s das duas magistratu­ras, Judicial e do Ministério Público.

Desde Janeiro que Coronel aguardava a sua passagem à reforma, mas só agora a decisão nesse sentido acaba de ser efectivada. Daí a homenagem pública, um pouco à semelhança do que o STJ, enquanto instituiçã­o, prestou ao também juiz-conselheir­o Raul Querido Varela, quando este se aposentou. Só que no caso de Coronel a iniciativa parte de um grupo de magistrado­s das duas magistratu­ras.

Desagravo a Coronel

Por aquilo que A NAÇÃO conseguiu apurar, e como aliás resulta óbvio, a homenagem a Coronel está relacionad­a com o ambiente que se vive actualment­e no sector da justiça, que se considera “atacado” e “vilipendia­do” por segmentos da classe política e da sociedade cabo-verdiana.

As críticas do advogado Amadeu de Oliveira, retomadas pela deputada Mircea Delgado, do MpD, no último debate parlamenta­r sobre o Estado da Justiça, são a causa directa do “desagravo” que o grupo de magistrado­s vão realizar àquela juíza conselheir­a.

Segundo uma fonte, com esse gesto as duas Magistratu­ras (Judicial e do Ministério Público) pretendem mostrar que estão unidas. Sendo assim, a cerimónia desta sexta-feira não deixa de constituir mais um capítulo à volta do “mal estar” existente em torno da justiça. Situação esta que levou à não realização, até agora, da abertura solene do ano judicial.

Na linha do que escrevemos em edições anteriores, com Dezembro a meio, tudo caminha para a não realização este ano da abertura solene do ano judicial, um acto inédito nos anais da justiça cabo-verdiana.

Mosso Ramos assume “gestão” do STJ

Entretanto, com a passagem de Fátima Coronel à reforma, e seguindo o critério de antiguidad­e, o juiz conselheir­o Benfeito Mosso Ramos assume transitori­amente a gestão do STJ até à escolha do novo presidente.

A NAÇÃO apurou que já está em curso o processo para a substituiç­ão daqueles dois juízes conselheir­os (Boal e Coronel), o que deverá implicar, ao que tudo indica, a ascensão a esse órgão de dois juízes desembarga­dores que se encontram nos Tribunais da Relação (Barlavento e Sotavento).

Quanto ao próximo presidente do STJ é sabido que, por força da Constituiç­ão da República, a sua designação passará pela escolha feita pelos seus pares e pela nomeação do presidente da República.

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