Oposição insurge-se contra nomeação de Óscar Santos
PAICV: “uma decisão com motivações politico-partidárias”
O PAICV reagiu à nomeação do antigo presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, para o cargo de governador do BCV, afirmando que se trata de uma decisão com motivações político-partidárias.
O deputado Walter Évora, integrante da Comissão Especializada de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado, afirma que o seu partido se posicionou contra a nomeação do Óscar Santos, por entender que “é uma personalidade com forte vínculo político-partidário e que não dá garantias de imparcialidade e distanciamento político no exercício das funções”.
Na base deste posicionamento está o facto de o agora governador do BCV ter sido “um candidato que perdeu as eleições autárquicas no concelho da Praia, e sob o qual pendem enormes suspeições” relativas à sua gestão.
Para o principal partido da oposição, Santos é nomeado num momento em que o partido no poder tenta resolver os seus problemas internos, derivados da “derrota” nas eleições autárquicas. Por este motivo, o PAICV entende que é uma nomeação com motivações políticas, enquadrada numa estratégia política do MpD”.
UCID: “uma afronta à democracia”
A UCID, por seu lado, considera que a nomeação de Óscar Santos para governador do BCV é uma “afronta à democracia” e “atitude de desespero” do MpD.
Essa decisão, conforme António Monteiro, em declarações à Inforpress, é de uma “irresponsabilidade terrível”, quando se está a três/quatro meses das próximas eleições legislativas.
“Em democracia isso não se faz e não se aceita questões desse tipo. O bom-senso aconselha que mesmo que quisessem nomear Óscar Santos devia-se esperar os resultados das novas eleições”, defendeu o líder da UCID, classificando tal atitude de “afronta à democracia” e “atitude de desespero” do MpD.
MPD: “normal e natural”
Porém, o MpD considera ser “normal e natural” a nomeação de Óscar Santos, ex-presidente da CMP, para o cargo de governador do BCV, por ser um “economista conceituado no país”. Conforme a líder do Grupo Parlamentar do MpD, essa nomeação foi baseada “pelo mérito e pela competência”. Joana Rosa disse ter dúvidas se no seio do PAICV “haja alguém com formação sólida na economia tal como Óscar Santos”.
Joana Rosa desvalorizou as supostas críticas de que se trata de uma nomeação política, justificando que o PAICV tem feito várias nomeações políticas ao “retirar quadros e colocar outras pessoas” nas câmaras municipais ganhas nas autárquicas de 25 de Outubro. Aliás, o mesmo argumento apresentou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.