Cabo-verdianos mostram menos intereresse nas eleições presidenciais
A 28 de Setembro de 1990, a Assembleia Nacional Popular aprovou a Lei Constitucional n.º 2/III/90 que instaurava o princípio do pluralismo e de um novo tipo de regime político em Cabo Verde. Deu-se assim a passagem do chamado regime do partido único para multipartidário.
As primeiras eleições democráticas realizadas no país foram as legislativas, a 13 de Janeiro de 1991, nas quais pleitearam o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e o Movimento para a Democracia (MpD). Carlos Veiga, do MpD, tornou-se no Primeiro-ministro eleito. Na altura, a abstenção ficou-se pelos 24,7%, as mais baixas de sempre.
Nas primeiras presidenciais de 17 de Fevereiro do mesmo ano, António Mascarenhas Monteiro, apoiado por MpD, foi o candidato escolhido pelos cabo-verdianos, ao superar Aristides Pereira (PAICV). Mais cabo-verdianos optaram por não ir às urnas, 38,6%.
As primeiras eleições autárquicas realizadas no arquipélago tiveram lugar a 15 de Dezembro de 1991, nos 14 municípios existentes na época: Boa Vista, Brava, Maio, Praia, Paul, Porto Novo, Ribeira Grande (Santo Antão), Ribeira Brava, São Filipe, Santa Cruz, São Vicente, Sal, Santa Catarina e Tarrafal (Santiago). Primeiro sinal de alarme: quase metade dos eleitores (45.6%) não votou.
Historial de oscilação
A análise do índice de abstenção nos círculos eleitorais nacionais mostra uma oscilação nas três eleições realizadas no país. O gráfico abaixo indica que as maiores taxas de abstenção têm sido nas eleições presidenciais. Portanto, é a eleição que os cabo-verdianos mostram menos interesse em participar.