Cabo Verde introduz temática de Igualdade de Género no Ensino Básico e Secundário
No âmbito da introdução da temática da Igualdade de Género no Ensino Básico e Secundário em Cabo Verde, o Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), lançou, em parceria com o Ministério da Educação, o guia para alunas e alunos e o manual para professores sobre a temática.
O acto de lançamento, realizado a 18 de Dezembro, foi presidido pelo Primeiro Ministro, Ulisses Correia e Silva, tendo sido ainda prestigiado pelas intervenções da Coordenadora Residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Dra. Ana Graça; do Encarregado de Negócios da Embaixada de Espanha, país financiador do projeto, Dr. Manuel Del Rosario Vela; da Ministra da Igualdade de França, Engª Elisabeth Moreno e da Secretaria de Estado da Igualdade e Cidadania de Portugal, Dra. Rosa Monteio.
Rosana Almeida, Presidente do ICIEG, sublinhou, na ocasião, que a introdução da temática da igualdade de género no ensino em Cabo Verde é um “marco histórico para a igualdade de género” e faz com que o país “passe a figurar na lista dos poucos países no mundo com a efetiva transversalização do género num sector chave que é a educação”. (ver Entrevista nas páginas 3 e 4).
Por sua vez, o Primeiro Ministro parabenizou o ICIEG pela iniciativa de levar a igualdade de género ao sistema educativo, facto que considerou “estruturante” e uma “base mais forte para impulsionar e tornar sustentável a construção de valores.”
“Falamos na construção de valores, da igualdade, da equidade, da tolerância e da não descriminação. Devemos aprimorar e proteger esses valores porque, para Cabo Verde, a estabilidade é um fator fundamental e a tolerância é a base de qualquer progresso”, argumentou Correia e Silva.
Ministra da Igualdade de França: um grande passo
Apesar da distância, a franco-cabo-verdiana e Ministra da Igualdade de França, Elisabeth Moreno, utilizou a plataforma digital para participar no evento, que destacou como sendo de extrema relevância para Cabo Verde.
“Trata-se de um progresso essencial para Cabo Verde, para as suas filhas e para os seus filhos. Considero que não é possível levar a cabo combates para a igualdade entre homens e mulheres se a escola, fulcro da emancipação, permanece num lugar de compartimentação. Não se pode lutar contra a violência doméstica ou contra as dificuldades salariais se as escolas continuarem a ser, não só um vector, mas também um catalisador de estereótipos que opõem homens e mulheres, raparigas e rapazes”.
Por seu turno, a Secretaria de Estado da Igualdade e Cidadania de Portugal, Rosa Monteiro, considera que a introdução da Igualdade de Género no ensino é mais um passo naquela que tem sido uma “caminhada próspera” de Cabo Verde nesse domínio.
“Tem sido bastante significativo o caminho de aprendizagem que temos feito acerca de metodologias, ferramentas e políticas de igualdade nesta nossa missão comum”, assegura a governante lusa.
A parceria da Cooperação Espanhola
Para Manuel Del Rosario Vela, Encarregado de Negócios da Embaixada de Espanha, país financiador do projeto, a igualdade de género é um dos objetivos prioritários de desenvolvimento sustentável. “A promoção dos direitos das mulheres e raparigas à igualdade de género é um dos sinais da identidade da cooperação espanhola que vem apoiando o empoderamento das mulheres e das raparigas bem como a sua proteção”, reiterou Manuel Vela.