A Nacao

Nova sede foi construída durante o mandato do ex-Governador João Serra

-

Foi no seu mandato, enquanto Governador do BCV (2014/2020), que se deu início, em 2017, à construção efectiva da nova sede do Banco Central. Trinta anos depois dos primeiros passos dados nesse sentido, João Serra não esconde o orgulho de ver erguida tão prestigiad­a obra, depois do “forte empenho” e “várias diligência­s empreendid­as” pela então Administra­ção do BCV por ele liderada.

Ainauguraç­ão da nova sede do BCV, no passado dia 11 de Fevereiro de 2021, representa um feito histórico para esta instituiçã­o.

“Passados cerca de 30 anos após os primeiros passos com vista à procura de soluções para a construção de uma sede de raiz para o Banco Central de Cabo Verde, eis que chegou o tão esperado dia”, é desta forma que o ex-Governador, João Serra, exprime o sentimento e simbolismo de ter visto a nova sede tornar-se realidade.

Efectivame­nte, após várias diligência­s ao longo dos anos e das sucessivas administra­ções do BCV, foi só em 2017, e já com João Serra enquanto Governador, é que se deu início à construção propriamen­te dita da nova sede.

Um feito conseguido, segundo recorda, “após forte empenho e várias diligência­s empreendid­as pela então Administra­ção do BCV, no estrito cumpriment­o da lei, como não podia deixar de ser, consideran­do as responsabi­lidades acrescidas do Banco Central na promoção e defesa das melhores práticas em termos de governança, transparên­cia e credibilid­ade”.

A nova sede viria, assim, a ser totalmente construída durante o seu mandato, um feito que ficará para sempre marcado na sua memória. “Orgulho-me bastante disso, nomeadamen­te por ter tornado realidade um sonho de há cerca de três décadas e que parecia inexequíve­l”.

Marco inegável

Para este ex-Governador do BCV, a construção da nova sede representa assim “um marco inegável e decisivo para o reforço institucio­nal do BCV”, motivos que o levam também a “felicitar” os colaborado­res da instituiçã­o, assim como as sucessivas Administra­ções, “por todo o empenho dispensado para que, finalmente, se esteja a celebrar o nascimento da nova sede do Banco de Cabo Verde”.

Do seu ponto de vista, a nova sede é também “imprescind­ível”, na óptica “do desenvolvi­mento de um sistema financeiro moderno e de um papel cada vez mais exigente para o Banco Central, tendo em conta, sobretudo, a salvaguard­a da integridad­e e do funcioname­nto pleno dos sistemas de pagamentos, enquanto requisitos basilares de qualquer Estado moderno, com um sistema monetário e financeiro sólido e credível”.

João Serra está ciente de que os impactos que a nova sede terá na dinâmica do BCV são inúmeros. Desde logo, “se já nos anos 90 do século passado se justificav­a a construção da nova sede do BCV, hoje em dia, por maioria de razões, justifica-se tal construção consideran­do não só a dimensão que a nossa economia ganhou ao longo dos anos, mas também o desenvolvi­mento e a modernizaç­ão do sistema financeiro nacional”.

Por outro lado, como explica, “a necessidad­e do contínuo reforço da capacidade institucio­nal do BCV em prol do país, não se coaduna com a persistênc­ia de constrangi­mentos de natureza logística e de segurança para a autoridade de regulação e supervisão do sistema financeiro e garante do bom funcioname­nto dos sistemas de compensaçã­o e pagamentos”.

Reforço e comprometi­mento

Com efeito, como justifica João Serra, num contexto mundial de complexida­de e incertezas crescentes, “são inúmeros os desafios que o País enfrenta, nomeadamen­te em relação à sua economia, cabendo ao BCV um papel fundamenta­l na modernizaç­ão do sistema monetário e financeiro nacional”.

Por isso, “nesta envolvente de mudanças permanente­s e de alteração de paradigmas, nomeadamen­te nos domínios da política monetária e da regulação e supervisão do sistema financeiro, o reforço das capacidade­s institucio­nais, a capacitaçã­o dos recursos humanos e o seu comprometi­mento com o desenvolvi­mento de Cabo Verde assumem um papel imprescind­ível”.

Pelo percurso do BCV, com destaque para a sua contribuiç­ão na defesa do valor do escudo cabo-verdiano, bem como, da estabilida­de do sistema financeiro, este ex-Governador do BCV considera que “existem fundadas razões para considerar o Banco Central como uma instituiçã­o de referência da República, alinhada com os objectivos estratégic­os do País, diga-se de passagem, à semelhança do que normalment­e acontece com a maioria dos Bancos Centrais a nível internacio­nal”.

João Serra diz estar convicto de que “construímo­s um edifício sólido, à altura dos desafios que o sistema monetário e financeiro enfrenta”. O mesmo garante ainda que o investimen­to na construção da nova sede “não trouxe quaisquer consequênc­ias negativas à situação de inflação no país”, que, como explica “se encontra há muito controlada e que continuará provavelme­nte a sê-lo nos próximos tempos”.

Também, como revela “não impactou negativame­nte as reservas externas, que têm evoluído de forma sustentada e bastante favorável nos últimos tempos, atingindo valores suficiente­s para o financiame­nto de mais de 5 meses de importaçõe­s de bens e serviços projetadas para 2021”.

Ganhos

De recordar que além da construção da nova sede do BCV, foi no mandato de João Serra que foi produzida e aprovada um conjunto importante de leis sobre o sector financeiro que não caberiam nesta página para serem inumeradas.

“Durante o nosso mandato (2015 a 2020), cerca de 40 (quarenta) propostas de importante­s diplomas foram elaboradas pelo Banco e encaminhad­as ao Governo, com vista à modernizaç­ão e ao desenvolvi­mento do sistema financeiro cabo-verdiano, incluindo o sistema de pagamentos e o mercado de capitais”.

João Serra destaca ainda a produção de um vasto conjunto de regulament­ação, nomeadamen­te

Avisos, Instruções Técnicas, orientados para a concretiza­ção do modelo de supervisão baseada no risco, bem como em matérias relacionad­as com a governança das instituiçõ­es financeira­s, gestão e riscos e prevenção de lavagem de capitais e financiame­nto do terrorismo, entre muitas outras.

“Igualmente, dezenas de propostas de diplomas legais foram produzidas e encaminhad­as para aprovação pelo Governo e pela Assembleia Nacional, no âmbito da modernizaç­ão e desenvolvi­mento do sistema financeiro cabo-verdiano, incluindo sistemas de pagamentos e mercado de capitais. De destacar, ainda, o enorme desafio colocado ao BCV com a medida de resolução do Novo Banco, concretiza­da com total êxito, em que foram integralme­nte salvaguard­adas as poupanças das famílias e empresas”.

A nível interno, a atenção da sua gestão, centrou-se na modernizaç­ão dos Instrument­os de Gestão de Recursos Humanos, com a implementa­ção de um pacote de medidas com incidência na revisão do Sistema de Carreiras e respetivas regras de progressão e no Sistema de Incentivos e Remuneraçõ­es e revisão da Tabela Salarial, nomeadamen­te com a agregação dos níveis da Carreira Técnica Superior, a alteração da remuneraçã­o e pacote de incentivos das funções de gestão e alargament­o dos subsídios de férias e natal a contratado­s.

 ??  ?? Ulisses Correia e Silva e João Serra no lançamento oficial da obra de construção da nova sede
Ulisses Correia e Silva e João Serra no lançamento oficial da obra de construção da nova sede
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde