Autarcas unem esforços para instalar Ensino Superior na ilha
Os autarcas e responsáveis da educação na ilha do Fogo estão a trabalhar para criar as condições para a instalação do Ensino Superior presencial na região Fogo/Brava, no horizonte de ano e meio.
Essa garantia é dada pelo presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Nuías Silva, após um encontro entre os presidentes das três autarquias da ilha com os delegados do Ministério da Educação e com o director do Ensino Superior, para uma primeira abordagem da instalação desse nível de ensino.
Na qualidade de porta-voz dos autarcas, Nuías Silva afirmou que houve um consenso “muito importante” de que é imperativo a instalação, num curto espaço de tempo, do Ensino Superior para servir a região Fogo/Brava.
“Já há um entendimento para trabalharmos nos próximos dias no sentido de no espaço de um mês, no máximo, começar a desenhar aquilo que será o memorando de entendimento entre a região e o Governo, relativamente à vontade política de instalação do Ensino Superior nesta região”.
Segundo Silva, depois será desenvolvido um corpo “bem estruturado” com as instituições do Ensino Superior público que as câmaras entendem ser a pedra fundacional daquilo que é o sistema de ensino presencial na região e que sirva os interesses das duas ilhas, mas que seja um projecto para servir o país e o mundo.
“Temos potencialidade e vocação para ter, num curto espaço de tempo, o Ensino Superior nas áreas de geociências, ciências da terra e com cursos que podemos competir para atrair estudantes de Cabo Verde e internacional na área de vulcanologia, agronegócios, saúde animal e reprodutiva, pecuária e em outras áreas de engenharia, sempre ligadas à vocação da região”, frisa.
Conforme aquele autarca, o modelo que está sendo desenhado será socializado com o Governo e instituições do Ensino Superior para convergir naquilo que é fundamental e estratégico para a dinâmica económica, social e intelectual da região. O mesmo lembra que o Ensino Superior tem enormes vantagens, nomeadamente sociais e económicas, com a não deslocalização de jovens para outras ilhas.
“Um aluno para estudar fora custa em média 42 contos mensais à família e aquelas que não têm condições, grande parte deste valor, é suportada pelas câmaras municipais”, sustenta Silva.
Já o director do Ensino Superior, Aquilo Varela, indicou que a nível da sua instituição está-se a preparar “respostas robustas” nessa matéria, para dar respostas às vocações das regiões e fazer com que os jovens acedam ao Ensino Superior com custos menos onerosos para as famílias, servindo a estratégia de desenvolvimento das regiões.
“A Uni-CV foi identificada como a instituição com potencial para vir turbinar o desenvolvimento da ilha e da região, mas na perspectiva que os autarcas estão a identificar a resposta pode ser muito mais célere do que se for para criar uma instituição nova, com todas as exigências legais”, destacou o director do Ensino Superior, lembrando que a credenciação é feita pela Agência Reguladora do Ensino Superior, que é uma entidade autónoma.
C/Inforpress