“O problema não é o Amadeu, o problema é a nossa justiça”
Germano Almeida, conhecido cidadão, advogado e escritor, entende que o Conselho Superior da Magistratura Judicial (CMSMJ) deixou de reunir condições para inquirir sobre o comportamento de qualquer magistrado no país.
Por isso, considera que o resultados do inquérito feito em 2018 valem o que valem, tanto assim que Amadeu Oliveira continuou a criticar a actuação e o comportamento de certos juízes.
“O que queremos dizer, a menos que não tenha ficado claro, é que um inquérito feito pelos pares, não dá garantias de idoneidade. A ideia é essa”, esclarece quando questionado pelo A NAÇÃO acerca do inquérito do CSMJ, de 2018.
“Mas isso não é desacreditar o sistema judicial?”, quisemos saber. “Para todos os efeitos o CSMJ é um órgão legítimo, da República”.
“Mais do que está, será difícil. Já muito pouca gente acredita na seriedade dessa gente. Eles e também o Supremo Tribunal e muitos magistrados da primeira instância”, responde.
Questionado, igualmente, sobre quem ou o perfil que de quem deve integrar a comissão independente para investigar a justiça, Germano Almeida respondeu: “Não temos proposta, admitimos que o Presidente da República poderá ter uma ideia. Mas alguém tem que fazer alguma coisa na justiça”.
Independentemente da oportunidade de um tal inquérito, no fim da presente legislatura e quando o país caminha para as eleições legislativas, Germano Almeida respondeu que não pensou nesse pormenor quando lhe ocorreu fazer a petição.
Como diz, “o problema neste momento não é a pessoa em si de Amadeu Oliveira”, ressalvando entretanto: “Nós não estamos a dizer que o que ele tem andado a dizer é verdade ou não, o que queremos é que haja uma entidade independente que nos venha dizer se o que ele diz é verdade ou não. Julgá-lo apenas e condená-lo não resolve o problema do descrédito em que se encontra a nossa justiça. O problema não é o Amadeu, o problema é a nossa justiça”.